27 agosto 2015

Espetáculo "Volante" na Casa Juvenópolis

 Dia 26-08 o encontro se deu na Casa Juvenópolis a convite da Secretaria Municipal de Educação de Maceió através do Departamento de Educação de Jovens e Adultos com o Programa Brasil Alfabetizado.



 A Casa Juvenópolis acolhe jovens e adultos que querem recomeçar suas vidas e serem inseridos num ambiente com mais oportunidades. Cerca de cinquenta moradores da casa assistiram nessa manhã ao espetáculo "Volante".
 A primeira coisa que me chamou atenção no ambiente foi ele estar rodeado por natureza e tranquilidade. Depois encontrei na chegada uma arena de teatro no meio de toda aquela vibração de paz. Parecia um teatro romano. Quando vi aquela lindeza decidi na hora que apresentaria ali. Não sabia que em Maceió existia um espaço de teatro tão lindo como aquele, embora seja um espaço de uso exclusivo para as atividades da casa. Que riqueza saber que alguém pensou em construir aquele espaço dentro da instituição. Uma acústica muito boa e ao redor o vento, o canto dos pássaros, a dança das árvores.
 Dois rapazes vieram me receber. Queriam ficar por perto me vendo montar toda a estrutura do espetáculo. Faziam perguntas sobre como fariam para fazer teatro.
 "Comecem aqui. Aproveitem e comecem logo" eu os dizia.
 Por volta das 11h o espetáculo começou. Plateia atenta. Olhar aberto e coração pulsante. Alguns riam, outros ainda pareciam distantes, aos poucos alguma coisa de meu personagem chegava ao coração. Coisa que talvez eu nunca vá saber. Era uma troca muito generosa. Existia sinceridade nos olhos daquelas pessoas. Eu estava movido de amor. O encontro, a experiência teatral é essa oportunidade de empatia com o outro.
 Chegou uma hora em que meu personagem pediu presentes para levar com ele em sua jornada. Pela primeira vez não ganhei nada material. Um homem gritou "só posso lhe dar a minha gratidão". E palavras de desejos positivos foram surgindo da plateia e sendo guardadas dentro da carroça de Severino.
 O espetáculo terminou. Conversamos por alguns minutos antes que fossem para a aula de música. Tiramos esta foto que aqui está juntos. Partilhamos impressões.
 A gente se reconheceu no dia de hoje. Existia uma vibração tão forte que só o olho no olho podia provocar.
 No final o rapaz que queria fazer teatro veio me pedir um endereço de uma escola que ele pudesse procurar para fazer seu curso de teatro. 
 "Logo a gente se encontra. Vamos nos prometer que não vamos desistir" falei e me despedi.
 Registro nesse diário o meu agradecimento e a certeza que fui feliz ali. Voltei com uma carroça cheia. Cheia de vida! Vida pulsante de uma casa cheia de esperança.
Bruno Alves

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