04 agosto 2015

Diálogos "Texto Ex Machina" - As Ruínas por Bruno Alves

O texto "As Ruínas" começa a nascer em meados de julho de 2015. Tudo muito recente como quedas e abandonos. 
É um texto em processo de construção, aliás, esses textos que por aqui aparecem estão em processo, frutos de estudos, pesquisa e experimentação. Prédios caem, são abandonados, vilas são demolidas... Transportar para essa personagem um olhar sobre as coisas que caem diante de seus olhos é a minha possibilidade de refletir e comunicar mediante a minha impotência diante de tantas coisas. Prédios caem, histórias são demolidas. 
No segundo episódio de "Texto Ex Machina" tenho a oportunidade de ver esse texto acontecer no corpo e no coração de outras pessoas, por sinal, pessoas queridas e admiradas: Louryne Simões e Jadir Pereira do Teatro da Poesia são companheiros de estudos em oficinas da vida e mais recentemente no Grupo de Estudos e Escrita de Dramaturgias. Sou grato pelo olhar sempre atento e disposto a partilhar que eles me trazem; O Igor Rozza da Cia Insanos - Camboio de Doido (sim, é assim que melhor definem este grupo as pessoas de Taquarana -AL) conheci no curso de teatro licenciatura da UFAL, partilhamos muitas histórias, partilhamos o mesmo palco. Igor é esse ator que não tem medo de vivenciar as coisas e em sua cidade é símbolo de mobilização e aproximação da comunidade com a arte. Tê-lo por perto é sempre uma oportunidade de rir e aprender. 



Estávamos aqui em casa querendo reconstruir essa ruína que nos incomoda.
O processo do projeto acontece de forma autônoma e independente: Os atores e a atriz recebem o texto. Trazem sua leitura junto com a voz, o corpo, o olhar e todo o gesto. Quando entrego o texto a Nivaldo Vasconcelos vai junto toda a liberdade de releitura da obra. Ele possui uma leitura técnica que não domino e por isso penso que a liberdade de criação é muito importante para que um novo objeto de arte surja. O texto passa a ser dele. Ele faz com ele o que quiser. Nossas leituras vão se encontrando, o texto é ponto de partida, nunca o final. Existe nesse texto uma busca por uma construção narrativa. O nome da personagem não é coincidência, vem de leituras feitas a algum tempo da obra de Plínio Marcos. 
Encontrar as obras de Martin Crimp ao longo dos Estudos e Escrita de Dramaturgia, orientado por Vinicius Souza (MG), me chocou. Balançou minha cabeça e me encantou. Uma dramaturgia que narra, que não sabemos a linha que separa de um conto, de uma contação. Atores são contadores de histórias. Todo mundo de alguma maneira seja na porta de casa ou pelo celular, conta uma história no dia a dia. 
Essa busca por narrar ou analisar acontecimentos é uma marca cada vez mais presente em nossa dramaturgia. E por que não experienciar? Esse segundo episódio me deixa feliz. Deixa- me confiante e querendo aprender cada dia mais. Esse processo me encanta. Somos pessoas diferentes e com leituras diferentes querendo encontrar uma comunicabilidade através da arte. 
"Texto Ex Machina" é esse encontro de gente de teatro com gente de cinema, gente que respira o tempo todo uma coisa só: Arte! Arte! Muita arte nessa vida, porque é preciso.
Bruno Alves
Assista ao segundo episódio de TEXTO EX MACHINA, uma websérie que pretende explorar e buscar relações entre o texto teatral e a linguagem audiovisual

Assistam em HD!
https://www.facebook.com/coletivovolante/videos/vl.1682563795307314/999674193405549/?type=1&theater
Texto - As Ruínas (trecho) de Bruno Alves
Leitura - Louryne Simões, Ígor Rozza e Jadir Pereira
Direção, fotografia e montagem - Nivaldo Vasconcelos
Assistência: Matheus Nobre e Bruno Alves
REALIZAÇÃO
Coletivo Volante
Estúdio Atroá


Os episódios de TEXTO EX MACHINA estarão quinzenalmente na Página do Coletivo Volante.
Próximo episódio: Quinta, 13 de Agosto às 20h.
Primeiro episódio aqui:
https://www.facebook.com/coletivovolante/videos/994968943876074/?pnref=story
Texto - Domesticáveis (cena 1 - A Faca)
Texto e leitura - Bruno Alves
Direção, fotografia e montagem - Nivaldo Vasconcelos

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