10 setembro 2015

Diálogos "Texto Ex Machina" - Valsa Azul







Valsa Azul

 Começo me espelhando.
 Vou me explicar.
 Debruçar - me na escrita do texto teatral tem sido uma busca constante nos últimos tempos desde quando resolvi assumir com seriedade e empenho essa maneira de dizer e contar as coisas da forma que eu mais gosto.
 Minha busca tem sido pelo entendimento das histórias que me vão aparecendo aos poucos e nascem em grande parte do tempo nos estudos com o Clube de Dramaturgia. Lá dedicamos espaço para ler e experienciar possibilidades.
 Como encontrar uma forma de dizer e dizer escrevendo? Isso eu vou descobrindo pelo caminho, por enquanto a minha necessidade é ter o outro como espelho que indica caminhos, porque quando ainda não sei o caminho da escrita a ser seguido o que posso fazer é olhar com cuidado os textos que andam soltos e vivos por aí.
 Na oficina "Dramaturgia: Escrever no Labirinto" Vinicius Souza nos falava que essa coisa do estilo a gente vai encontrando e quando acha que ainda não tem, a melhor maneira é se espelhar naqueles que admiramos.
No Clube a gente faz assim. Ler o texto e começa a rabiscar tendo o que foi lido como referência. Vamos nos embebedando da maneira do outro traçar o mundo de forma dramatúrgica e quando percebemos estamos contando as nossas histórias cheias de referências daquela leitura. É um processo meio antropofágico mesmo. Eu gosto. Ajuda e ensina a perceber que nessas linhas que vão nascendo existe um caminho longo a percorrer no sentido de amadurecimento, mas que aonde chegou já é um ponto de partida positivo.
 Vou acrescentar nesse depoimento mais uma coisa que me chamou atenção nos últimos dias. Lendo o blog da Adélia Nicolete ela falava em literatura dramática e materiais textuais, sendo no post definido por ela da seguinte maneira:

"O texto para teatro pode ser classificado como literatura dramática, ou seja, um de seus destinos seria a fruição individual e silenciosa como se dá com outros tipos de texto impresso. Por outro lado, um sem número de textos, de origens as mais diversas, tem sido levado à cena. A esses textos podemos dar o nome de materiais textuais – criações que ganharão a condição de dramaturgia na medida em que tomarem contato com os demais elementos da cena tais como um espaço preparado para isso, uma enunciação específica, figurino, iluminação".

 Ir com calma e por mais tempo no fogo é um caminho que quero dedicar com esse material textual que vai surgindo. Nada de pressa e achar que já está bom. Revisitar e se debruçar no que já foi construído foi um dos grandes aprendizados da Oficina e isso ajuda a não ter medo de enxugar, cortar, acrescentar ou mudar alguma situação da história. Vou aprendendo a caminhar com o texto. Vivenciando as possibilidades e vendo o que surge no encontro com o outro.
 "Texto Ex Machina" tem me dado uma força imensa. Aprendo com cada episódio e vou identificando lugares para melhorar e me aprofundar mais.
Abraços
Bruno

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