Tudo começou e eu já não lembro o
tempo...
Era dia de encerramento do
Festival de Teatro Alagoano – FESTAL e essa semana mexeu muito com a gente. Era
bonito ver o outro em cena e cuidando da cena fora dela.
Conversava com Gessyca Geysa
sobre teatro nas últimas semanas. Conversava com Wanderlândia Melo durante nosso
estágio na SEMED. Conversava com Rayane Wise durante muito tempo do nosso dia. Vinham
vontades de fazer algumas histórias, vinham e iam silenciosamente ficando na
gaveta. Conversava com Nivaldo e Fernanda Vasconcelos, ouviam, gostavam das
ideias, mas elas pareciam ir ficando verde. As histórias têm um tempo certo
para nascer. Não adianta apressar, elas surgem maduras quando é a hora.
Depois do Festal foi madrugada
para não dormir e começar a rascunhar no caderno ideias, provocações e ir dando
forma a um material textual.
Aos poucos fui falando com amigos
e amigas e a proposta mexia com a gente. É sobre o nosso tempo e espaço que
queremos falar.
Hoje nos encontramos e mesmo
diante de tanta gente querida digo a vocês: estava com medo, nervoso e
inseguro. Não haveria uma técnica para passar, haveria pedaços recolhidos em experiências
ao longo desses anos nos encontros teatrais da vida.
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Registro de Wanderlândia Melo |
A proposta da montagem é a
seguinte:
Partimos do material textual,
trabalhamos o nosso corpo, a nossa mente e colocamos pra fora a nossa experiência
que vai desconstruindo esse material e dando uma nova forma a ele. Uma forma
coletiva onde cada pessoa envolvida se encontre dentro dele. Aqui a experiência
de cada um é muito importante, não necessariamente a experiência de vida com
teatro, mas a experiência de inquietação e de afetamento com a relação
cotidiana dentro da cidade.
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Registro de Wanderlândia Melo |
Vamos nos colocando e costurando
esse texto (corpo, voz, palavra, gesto, movimento, cor, figurino, cenografia,
música, dentre outros).
A cada encontro cada participante
vai trazendo uma proposta de exercício que percebe que dialoga com o processo e
assim vamos construindo e dando vida ao espetáculo.
Hoje eu propus exercícios e
jogos. Trazia reflexo das últimas oficinas que participei com grupos vindos de
vários estados. É nessas horas que a gente vai entendo para que serve cada
coisa que a gente participa, porém, há muito por entender, praticar e descobrir
dentro de nós.
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o termo "Material textual" aprendi com a pesquisa de Adélia Nicolete |
Fizemos leitura do material
textual, conversamos sobre ele, sobre os objetivos do espetáculo e o que nos faz
querer montá-lo.
Saí energizado com o encontro. Tínhamos
uma sintonia boa que pode nos levar a muitos lugares.
Agora é hora de deixar fluir e irmos seguindo juntos de mãos dadas.
Bruno Alves
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