Em setembro tive a
oportunidade de partilhar da leitura de um dos textos que venho escrevendo.
Iniciou naquele momento o
projeto Leituras Volantes.
“Leituras
Volantes” é uma busca por espaços alternativos da cidade em que se possam
realizar leituras dramatizadas de autores e artistas locais.
As
leituras serão realizadas por pessoas que queiram experienciar a leitura do
texto dramático em público, ampliando o espaço de experiência para quem não fez
ou faz teatro e possibilidando um lugar de cena onde todos(as) possas ser
atuadores(as).
Nasce
da necessidade do Coletivo Volante de investigar as dramaturgias contemporâneas
e suas possibilidades de criação e representação.
Os textos são autorais e vão
se reconstruindo através das leituras dxs atuadorxs e envolvidos e do publico
presente.
O encontro aconteceu na turma
de Psicologia do CESMAC com a orientação da professora Renata Guerda.
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Diálogos |
Era uma aula diferente(mas as aulas de Renata são diferentes pela sua póstura diante da vida). Tínhamos
naquela noite a oportunidade de conhecer dois universos distintos. Eu estava diante
de uma turma de estudantes de Psicologia e elxs diante de um texto de teatro em
construção. O projeto tem por objetivo a troca e as mais diversas experiências
em torno de um texto.
Certamente, aquelxs estudantes
não se intitulam atores, mas tanta gente de teatro já questionou esse ser ou não
ser ator/atriz. Temos figuras tão vivas em nossa caminhada como Viola Spolin e
Augusto Boal que criaram caminhos que nos possibilitam atuar e atuar indo mais
além, atuar como agente de transformação.
A “Tribo de Atuadores: Oi Nóis
Aqui Traveiz”(RS) usa bastante o termo atuador para denominar quem são seus
atores e atrizes. Assistindo uma vez um de seus espetáculos, percebia essa
atuação dentro desse espaço em que estamos inseridos. Psicólogxs são atuadores
em seus contextos também! São agentes que possibilitam caminhos de
transformação.
Renata é uma professora corajosa,
dessas que toda instituição de ensino deveria ter. Deu-me espaço para
experienciar juntos aos estudantes aquele momento de estar em cena. Fizemos jogos,
conversamos, cantamos e preparamos o ambiente para o inicio da leitura. A turma
é receptiva e cada pessoa ia a sua maneira se envolvendo dentro daquela roda.
Duas estudantes e um estudante
se dispuseram a fazer a leitura de “Sinantropia, ou Corpo de Gente”. Escutamos
e vi em seus corpos uma disposição de estar ali diante dos outros.
Começamos uma conversa sobre
as impressões que o texto deixou. Os depoimentos eram os mais diversos. Eu gosto
dessa coisa da subjetividade, e imagino que elxs gostem dessa palavra também,
porque a experiência da leitura trazia junto a experiência da vida de cada
pessoa.
Fiquei surpreso com a reação,
principalmente por ter sido a primeira vez que alguém lia um texto meu em
público. Foi uma sensação de ter na roda uma mistura de sensações.
Eu agradeço a Renata pela
porta e o coração aberto. Agradeço aos atuadorxs pela oportunidade que me deram
em ver o texto em seus corpos, voz e coração.
Bruno, aquele momento foi maravilhoso, e certamente ansiamos por momentos de tamanha importância como aquele. Você foi para abrilhantar nossa aula e dar-nos uma nova perspectiva sobre o que é o ser. Seja sempre bem-vindo à nossa turma, e receba meus sinceros parabéns! Um abraço!
ResponderExcluirOi Janielly! Te agradeço a receptividade e coração aberto para a partilha.
ExcluirFoi ótimo ter o olhar e voz de vocês sobre aquele texto.
Um abraço e até a próxima.
Bruno
Foi uma experiência única. Esse tipo de iniciativa faz com que tenhamos prazer em ir assistir aula. Tivemos contato com um texto crítico, reflexivo, exatamente a verdade velada pelas instituições sociais que nos cercam e nos querem cegos. Amei
ResponderExcluirOi Bet!
ExcluirAdorei te conhecer. Agradeço sua atenção e participação.
Foi muito importante para mim.
Abraços e até a próxima.
Bruno