27 novembro 2015

"Leitura Volante" 01


Em setembro tive a oportunidade de partilhar da leitura de um dos textos que venho escrevendo.
Iniciou naquele momento o projeto Leituras Volantes.
“Leituras Volantes” é uma busca por espaços alternativos da cidade em que se possam realizar leituras dramatizadas de autores e artistas locais.
As leituras serão realizadas por pessoas que queiram experienciar a leitura do texto dramático em público, ampliando o espaço de experiência para quem não fez ou faz teatro e possibilidando um lugar de cena onde todos(as) possas ser atuadores(as).
Nasce da necessidade do Coletivo Volante de investigar as dramaturgias contemporâneas e suas possibilidades de criação e representação.
Os textos são autorais e vão se reconstruindo através das leituras dxs atuadorxs e envolvidos e do publico presente.
O encontro aconteceu na turma de Psicologia do CESMAC com a orientação da professora Renata Guerda.

Diálogos

Era uma aula diferente(mas as aulas de Renata são diferentes pela sua póstura diante da vida). Tínhamos naquela noite a oportunidade de conhecer dois universos distintos. Eu estava diante de uma turma de estudantes de Psicologia e elxs diante de um texto de teatro em construção. O projeto tem por objetivo a troca e as mais diversas experiências em torno de um texto.
Certamente, aquelxs estudantes não se intitulam atores, mas tanta gente de teatro já questionou esse ser ou não ser ator/atriz. Temos figuras tão vivas em nossa caminhada como Viola Spolin e Augusto Boal que criaram caminhos que nos possibilitam atuar e atuar indo mais além, atuar como agente de transformação.
A “Tribo de Atuadores: Oi Nóis Aqui Traveiz”(RS) usa bastante o termo atuador para denominar quem são seus atores e atrizes. Assistindo uma vez um de seus espetáculos, percebia essa atuação dentro desse espaço em que estamos inseridos. Psicólogxs são atuadores em seus contextos também! São agentes que possibilitam caminhos de transformação.
Renata é uma professora corajosa, dessas que toda instituição de ensino deveria ter. Deu-me espaço para experienciar juntos aos estudantes aquele momento de estar em cena. Fizemos jogos, conversamos, cantamos e preparamos o ambiente para o inicio da leitura. A turma é receptiva e cada pessoa ia a sua maneira se envolvendo dentro daquela roda.
Duas estudantes e um estudante se dispuseram a fazer a leitura de “Sinantropia, ou Corpo de Gente”. Escutamos e vi em seus corpos uma disposição de estar ali diante dos outros.
Começamos uma conversa sobre as impressões que o texto deixou. Os depoimentos eram os mais diversos. Eu gosto dessa coisa da subjetividade, e imagino que elxs gostem dessa palavra também, porque a experiência da leitura trazia junto a experiência da vida de cada pessoa.
Fiquei surpreso com a reação, principalmente por ter sido a primeira vez que alguém lia um texto meu em público. Foi uma sensação de ter na roda uma mistura de sensações.

Eu agradeço a Renata pela porta e o coração aberto. Agradeço aos atuadorxs pela oportunidade que me deram em ver o texto em seus corpos, voz e coração.

4 comentários:

  1. Bruno, aquele momento foi maravilhoso, e certamente ansiamos por momentos de tamanha importância como aquele. Você foi para abrilhantar nossa aula e dar-nos uma nova perspectiva sobre o que é o ser. Seja sempre bem-vindo à nossa turma, e receba meus sinceros parabéns! Um abraço!

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    1. Oi Janielly! Te agradeço a receptividade e coração aberto para a partilha.
      Foi ótimo ter o olhar e voz de vocês sobre aquele texto.
      Um abraço e até a próxima.
      Bruno

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  2. Foi uma experiência única. Esse tipo de iniciativa faz com que tenhamos prazer em ir assistir aula. Tivemos contato com um texto crítico, reflexivo, exatamente a verdade velada pelas instituições sociais que nos cercam e nos querem cegos. Amei

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    1. Oi Bet!
      Adorei te conhecer. Agradeço sua atenção e participação.
      Foi muito importante para mim.
      Abraços e até a próxima.
      Bruno

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