Nos dias 18,
19 e 20 de dezembro aconteceu o nosso terceiro encontro de imersão na Aldeia
Wassu Cocal na cidade de Joaquim Gomes – AL.
O projeto “AmeriAfroContos
Volantes Chamam pra Roda” chega a uma fase muito importante para o processo de
partilha de histórias e construção das rodas de contação.
Chegamos na
aldeia na manhã da sexta-feira e fomos direcionados para a casa de dona
Rosineide e seu Gunga. Preparamos o material da oficina e seguimos para a
Comunidade da Pedrinha. Por lá iniciamos a oficina no horário da tarde com um
público renovado. Jovens da comunidade estavam lá para participar da oficina
que partilha de técnicas teatrais para ajudar na desenvoltura na hora da
contação de histórias.
![]() |
Cleci faz alongamento corporal |
![]() |
Rayane Wise conta história |
![]() |
Tamires Rodrigues faz preparação vocal |
A oficina
fluiu de uma maneira proveitosa. Xs jovens desenvolveram os jogos de uma
maneira muito dinâmica. Fizemos um jogo que aqui vou chamar de “Reflexo de
Emoções” na qual uma pessoa ia a frente e com o corpo e a voz transmitia uma
emoção, os outros teriam que aos poucos irem transferindo aquela emoção
visualizada para o seu corpo. Nós que fazemos a equipe do projeto iniciávamos o
jogo e em seguida convidávamos os participantes a tomarem a frente. Isso aconteceu
de forma espontânea e víamos em seus movimentos os reflexos de suas vivências. O
corpo conta histórias.
![]() |
"Reflexo de Emoções" |
Outro momento
que me chamou bastante atenção ao longo da oficina foi a roda de conversa na
qual contávamos a história e significado dos nossos nomes. A escolha do nosso
nome tem uma história por trás e reflete muito ao longo da nossa vida. Tínhamos
ao longo da oficina a presença de uma das lideranças da comunidade o senhor Tapejara
(Senhor do Caminho) que nos ouvia e vez ou outra anotava o significado de
alguns nomes. Gostou do nome de nossa companheira Cleci que vem do Tupi e
significa “mãe do pranto”.
![]() |
Cleci significa "mãe do pranto" |
A oficina com
o publico de jovens rendeu bastante. Nos nossos próximos encontros começamos a
construir as rodas de contação de histórias que serão realizadas dentro da
comunidade.
Durante a
noite da sexta e manhã/noite do sábado tiramos para conversar com as pessoas da
Aldeia. Ouvíamos suas histórias e a ideia é que no próximo encontro possamos
resignificar essas histórias com uma simbologia que fortaleça a vivência e o
pertencimento das histórias que constroem aquele lugar. Muitas histórias foram
ouvidas e muitas delas nos deram deixas para criarmos outras histórias para
serem partilhadas na roda.
![]() |
Pajé Benicio - Histórias vivas |
O professor
Toni Edson nos preparou durante a semana que antecedeu o encontro. Realizamos em
conjunto todos os jogos que iríamos realizar na oficina e nos deu histórias indígenas
para fortalecer nosso repertório e nos prepararmos para contarmos todos juntos
na roda.
Sábado pela
tarde realizamos a oficina na Comunidade da Jereba. O público alvo dessa vez
foram as professoras duas escolas que existem na aldeia, falei professoras,
porque por questões de agenda os professores não puderam comparecer. As professoras
solicitaram a dona Rosineide a oferta da oficina.
![]() |
Professoras da Aldeia Wassu Cocal |
Uma experiência
diferente com um olhar voltando para a contação dentro da sala de aula. A ideia
da oficina foi oferecer ferramentas para as aulas e também criar uma roda de
contação com as professoras.
Elas foram
muito generosas e entregues nos jogos feitos. Tínhamos numa roda um público que
tinha experiência com a sala de aula e que de certa forma já conta histórias
para seus estudantes. Foi um aprendizado muito importante para nós, pois elas
vivenciam uma educação diferenciada voltada para a cultura.
No final da
oficina as professoras se reuniram e realizaram uma Roda de Toré. Fomos convidados
a participar e entendíamos na prática todo o envolvimento daquelas mulheres na
formação de seus filhxs.
Nessa tarde
acontecia na escola uma reforma feita pelos membros da comunidade. Por lá ainda
não existe biblioteca. Uma professora nos dizia que faz tempo que esperam uma
resposta do governo estadual e que por enquanto iam improvisando lugares para
oferecer um espaço de leitura e compartilhamento de histórias.
Voltamos no
domingo trazendo na mala muito aprendizado e histórias.
NOTA: O projeto “AMERIAFROCONTOS VOLANTES CHAMAM PRA RODA: A ORALIDADE DE QUEM DOMINA PELA VONTADE DE APRENDER DE QUEM RESPEITA” foi aprovado pelo Programa de Iniciação Artística - PROINART da UFAL e tem a coordenação do Professor Toni Edson.
NOTA: O projeto “AMERIAFROCONTOS VOLANTES CHAMAM PRA RODA: A ORALIDADE DE QUEM DOMINA PELA VONTADE DE APRENDER DE QUEM RESPEITA” foi aprovado pelo Programa de Iniciação Artística - PROINART da UFAL e tem a coordenação do Professor Toni Edson.
Mais registros:
Nenhum comentário:
Postar um comentário