18 julho 2016

Confissão por Lucy Almeida

   Recebi esse poema da Marluce Barros (Lucy Almeida) e fiquei muito grato pela doçura e delicadeza.
Gratidão!
Foto de Patricia Galucci

Confissão (Coletivo Volante)

Lá do palco Severino falou
Ia descer e se achegar
E da gente ia levar
Um gesto ou seja lá o que for
A plateia se calou
E lá vem ele até nós 
Eu, a primeira, perdi a voz 
Estática e sem ação 
A encarar Severino 
Ali, em pé, olhar meigo
Braços estendidos, em vão
Mas agora eu explico
Essa minha reação
É que ainda em catarse 
Degustava lentamente
Emoção por emoção
Da sua representação
Te encarei e viajei
Nos passos sincronizados
Do bailar minimizado 
Sutil, suave, enlevado 
Ritmado e guiado 
Por sons inusitados 
Da flauta e do violão
Não sei o que te ofertei 
Indiferença, descaso 
Foi a impressão que ficou
Para quem nos observou 
No contraste desse encontro
Recebi como presente 
A imagem que ficou 
Retida no meu interior 
Delicadeza de ação 
E a nobreza do ator 
(quando poetizo sou Lucy Almeida, 17.07.2016, 21:58 h)

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