Então já estava fecundado o
desejo.
O próximo passo seria envolver
pessoas com o espetáculo.
Esse processo de envolvimento foi
se dando de forma, como posso dizer... Natural, mas essa palavra não seria adequada
para definir, porque nada acontece naturalmente, pelo menos eu acredito que tudo
vai se tornando uma consequência.
A consequência dos encontros
foram construindo o elenco. Por enquanto, havíamos Rayane e eu, mas quem seriam
as próximas pessoas a compor o espetáculo? Ou ele seria para dois atores?
Novembro foi um mês importante
para esse nascimento. Durante o Circuito SESC de Artes conhecemos Jefferson e
Jonathan, os Gêmeos do Coco de Roda Alagoano. Vivemos no circuito uma semana
intensa de trocas e partilhas. Eles viajavam com o espetáculo “Pros Pés” de
Jurandir Bozo e foi ali que nosso laço foi se formando. Pelo menos em nós havia
o desejo de trabalhar com eles, de envolver o coco de roda na nossa construção,
de ver nele um ponto de construção corporal e de fazer os meninos estarem na
cena com uma experiência nova.
Eles disseram “sim”.
Conversava em casa com Nivaldo
Vasconcelos sobre a proposta da peça. Nivaldo, que acompanha o surgimento do
coletivo e é parceiro em projetos, designer gráfico, figurino e adereços do
nosso primeiro espetáculo, na hora que ouviu a proposta disse sim, mas um “sim”
diferente. Dessa vez ele deixaria a câmera fotografia guardada na bolsa para
viver a experiência de ser ator.
Como falei no texto anterior, um
certo dia de novembro conversava com Gessyca Geysa (Coletivo Heteaçã) e foi a
partir da conversa que o desejo foi brotando. Falei para Gessyca da peça, mas
com aquela “vergonhazinha” de dizer de cara que queria muito ter a presença
dela no espetáculo, fui arrodeando, arrodeando... Até fazer o convite.
Gessyca disse sim!
Fiz estágio por quase dois anos
na Secretaria de Educação de Maceió com Wanderlândia Melo e num desses dias em
que seguíamos para o trabalho comecei a conversar com Wander sobre a proposta.
Queria muito a presença dela, mas não sabia como andava seus planos para o ano
de 2017. O processo de “arrodeamento” se deu também com Wander até chegar no
convite.
Wanderlândia disse sim!
Conversei muito com Thiago
Fernandes durante o Festival de Teatro de Alagoas – FESTAL. Sabia que ele tinha
feito o curso de iniciação ao teatro na Escola Técnica de Artes, só não sabia o
tamanho do brilho de seu olhar ao falar de teatro. Aquele brilho me envolveu e
me fez querer ter essa energia por perto. Mandei um e-mail a Thiago. Não sabia
o que ele responderia.
Thiago disse sim.
Nathaly Pereira (Clowns de Quinta)
foi um convite feito por mensagem de facebook. Quando vim morar em Maceió a
primeira peça que fiz foi “A Merca do Rei”, um espetáculo de rua no ano de
2010. O texto era de Nathaly e Geusves Correia. Foi um processo tão bonito e
cheio de aprendizado que queria há muito tempo ter Nathaly por perto para
voltarmos a construir juntos outros sonhos.
Nathaly disse sim.
Pois bem. Éramos agora um coletivo
com nove pessoas e um propósito. Discutir violência em nosso estado, discutir a
morte cotidiana, as vidas abreviadas, a banalização da violência. Decidimos
descobrir juntos esse caminho e a partir desse dia seguiríamos na construção
descobrindo o nosso jeito de falar sobre o assunto.
Era momento de marcar o nosso
primeiro encontro presencial.
Continua...
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