Dançar ou não dançar, eis a
questão.
O grupo Movasse Coletivo de
Criação (MG) trabalhou no dia de hoje (04-05) a Colaboração na Criação em
Dança.
Não sou bailarino, mas descobri
que danço. Essas oficinas com os grupos de dança que estão passando por Alagoas
pelo Palco Giratório do SESC me fazem entender que todo ser humano é um
potencial ser que nasceu para dançar, basta querer descobrir e se empenhar.
O grupo trabalhou a questão da
observação dos movimentos e de como nosso corpo se porta diante da ação. Buscaram
em nossas ações o desenvolvimento da qualidade do movimento e da objetividade
na realização.
Começaram a oficina querendo
entender os nossos corpos e o que poderia extrair de cada um deles. Quando cheguei
à oficina acontecia um movimento que parecia uma construção coreografia. Sou péssimo
em coreografia, fico sempre preocupado com a execução e acho que sempre estou
indo para o lado errado, mas vivenciar aquela experiência foi uma oportunidade
de se permitir.
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Foto extraida da página do Movasse Coletivo de Criação |
Depois o comando era correr em
trio aumentando a velocidade e correndo de costas. Percebi que não observava a
minha coluna e a intenção era correr com as costas e não ombros. Com a repetição fui entendendo e observando melhor essa questão. Realizamos esse exercício
em dupla e tivemos que em diagonais diferentes encontrar nossa dupla, focar o
olhar, girar e continuar correndo de costas até parar, descer e deitar no chão,
subindo corretamente com um salto só.
Houve um exercício no qual em
duplas deveríamos manipular o corpo do nosso colega que responderia aos estímulos
que dávamos com a força de nossa mão em alguma parte do corpo dele(a).
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Extraída da página do facebook Artes Cênicas SESC AL |
Houve um exercício no qual na
roda deveríamos buscar um corpo estranho. Dançar de uma forma que não costumávamos.
Em seguida um ia a roda e dançava e o outro deveria entrar também na roda e
construir junto com o que lá estava uma dança estranha na mesma energia.
Em outro momento nos pediu para
que nos movimentássemos do jeito que gostamos. Nessa hora me deu um branco e
fiquei sem saber como eu gostava de me movimentar. Aos poucos fui me soltando e
realizando os comandos de expandir e diminuir o movimento.
Na segunda parte nos sugeriram
que criássemos uma sequencia de movimentos obedecendo dez indicações: “Entrar
em cena”, Correr, Deslizar na parede, Olhar para um ponto, Deslocar-se,
Esconder-se, Pausar, Pular, Usar a voz de alguma forma e finalizar a sequência.
Era preciso ser objetivo na sequencia. Apresentamos duas vezes e em seguida
tivemos que escolher três movimentos de algum colega que nos chamou a atenção e
usar em nossa ação no lugar de três das nossas escolhas. Iniciou um processo de
limpeza do movimento e busca pela qualidade. Fomos divididos em dois grupos de
5 e 4 pessoas e deveríamos repetir várias vezes a sequência interferindo no
caminho do outro, criando assim, um diálogo com o espaço, nosso corpo e corpo
do colega.
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Extraída da página do facebook Artes Cênicas SESC AL |
Foram poucas horas de oficina
para entender o processo do grupo, mas o que deu para vivenciar me possibilitou
entender mais do meu corpo e observa-lo enquanto realizo uma ação artística, buscando
com isso um corpo vivo e uma presença plena no palco.
Bruno Alves
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