08 outubro 2019

Brevemente mais uma edição da Revista #Textão!

Em 2017 como consequência dos textos escritos para estudos e que deram origem ao projeto "Texto Ex Machina", Nivaldo Vasconcelos propôs publicar os textos em uma revista digital, logo propomos ampliar a ideia e fazer não somente uma revista com os textos do projeto, mas uma revista que aproximasse a gente de outros grupos e artistas de Alagoas e do Brasil, para assim, num espaço de troca de experiências, a gente pudesse ampliar os diálogos e trazer para perto pessoas das mais distintas experiências.
Foi aí que nasceu a revista digital #Textão.
Uma revista feita através da colaboração de pessoas das artes cênicas que nos enviam generosamente seus textos para compartilhar com outras pessoas as coisas que tem vivido e pesquisado.
Agora em 2019 chegamos a 8º edição da revista. Uma iniciativa independente, sem financiamento, mas cheia de amor e riquíssimas experiências.
É sobre Artes Cênicas que queremos falar e compartilhar.
Muita gente fez e faz essa revista. Somos muito gratos por cada pessoa que um dia se dispôs a escrever para que pudéssemos compartilhar por aqui. Ela chega a essa oitava edição cheia de partilhas, encontros e muita gente inspirando gente por todos os lugares que ela (a revista) um dia chegou.
Uma revista feita para caber no seu bolso. Para você viajar em experiências com um clique ou um toque na tela.
Brevemente estará no ar a 8º edição e antes que ela chegue a gente quer relembrar as capas das edições anteriores.
Teve alguma edição que se tornou sua preferida?
Se você quiser rever as edições anteriores é só clicar no link!
Esse trabalho de criação das capas e designer é de Nivaldo Vasconcelos. Na revisão da revista está Felipe Benício e como editores assinam Rayane Góes, Bruno Alves, Felipe Benício e Nivaldo Vasconcelos.
Chegue mais perto! #Textão é uma revista pra chamar de nossa!





         


                             




04 outubro 2019

Povoado Riacho: Espetáculo Volante - Registro e Agradecimento

Em maio de 2019, eu e Nivaldo Vasconcelos, nos mudamos para o Povoado Riacho em São Miguel dos Milagres, interior do estado de Alagoas. Vim por que comecei a dar aula na cidade vizinha, Porto de Pedras, mas foi no Riacho que decidimos morar.



No meio desse turbilhão de coisas que estão acontecendo no Brasil nesse ano em que vivemos, estar no Riacho foi e está sendo uma forma de se fortalecer, de estar mais perto das pessoas, de encontrar formas de criar ações de resistência e re-existência.
Com a nossa vinda trazemos uma parte do Coletivo Volante de Teatro para essa nova morada. Nossos amigos e amigas que compõem e fazem parte do coletivo estão em Maceió e  estamos nos entendendo como funcionaremos com essa distância geográfica que nos separa de alguma maneira. É certo que encontraremos formas de mantermos nossos diálogos e construções nessa nova fase, mas é sobre essa nova fase que gostaria de escrever a vocês.


Hoje, dia 04 de outubro de 2019, apresentamos o espetáculo "Volante" aqui dentro do povoado, no terreiro, embaixo de uma mangueira. Foi a primeira vez que nós, como coletivo, realizamos essa ação. Agora eu não quero parar.


Volante é um solo de teatro. Deu origem e nome ao coletivo. É sobre sair do lugar em que está. É simbólico como "O Louco", arcano do tarô, que se desloca, que está iniciando uma jornada. É com "Volante" que me proponho a continuar essa jornada teatral e iniciá-la por aqui e quantas vezes for preciso.

Toda a vizinhança se mobilizou para que essa história acontecesse na tarde de hoje. Dona Teresa nos ajudou a varrer o terreiro, a Biu trouxe um tapete para forrar no chão, o Yuri e o Otávio ajudaram na montagem e desmontagem das coisas, a Lari esteve perto o tempo todo, Nivaldo fez essas fotografias, as crianças cuidaram na divulgação de porta em porta.


Por aqui as coisas funcionam dessa maneira. 

Por aqui o sentido de comunidade se revela de uma maneira muito prática, seja acolhendo uns aos outros, seja se preocupando e cuidando para que todos estejam bem com uma palavra, uma comida, um remédio, etc.

É esse sentido de comunidade que venho redescobrindo por aqui e isso se revela diariamente nos mínimos e máximos gestos.

Tenho me sentido em casa no mundo e não poderia retribuir a todo esse amor e acolhimento se não fosse com o teatro.



Desde que saí de Viçosa e fui morar em Maceió, refletia sobre essa relação de teatro e comunidade. Agora isso começa a acontecer, a continuar, a se reconfigurar de outras formas e encontros.

Se você já veio a Milagres, famoso roteiro turístico e de casamentos luxuosos, certamente você pode não ter conhecido o Povoado Riacho, estamos nós do lado oposto do turismo, do luxo e do glamour e por aqui a vida se faz na pesca, na caça, no plantar, colher e compartilhar. 



É sobre compartilhar que quero te dizer. É sobre trocar com o outro. É sobre ser gente no meio de toda a gentrificação ao redor.

Se você amiga e amigo um dia quiser vir por aqui compartilhar a sua arte, será muito bem vinde. A casa é pequena, mas o coração desse nosso lugar é imenso e você se sentirá amade por todas as pessoas que moram aqui.

Hoje foi a primeira apresentação. Pretendemos realizar pelo menos uma vez ao mês com as ações no terreiro. Quero e estou buscando poder um dia ter um espaço por aqui, mas por enquanto, temos o terreiro, temos as matas, temos as areias da praia, temos o mar, temos muito espaço, não é não?

Hoje as crianças já começaram a perguntar quando será a próxima atração e eu espero poder contar com você um dia aqui.



Então, hoje é dia de agradecer, porque nos reunimos, estivemos juntos, rimos juntos e isso é valioso.

Gratidão a toda comunidade que se mobilizou para estar junta nessa tarde.

Bruno Alves