22 novembro 2016

Crítica: “Eu vejo a lua” – Um ator invisível em Volante

Por Gessyca Santos

Atrevo-me a começar de trás para frente, porque fiquei pelo avesso quando o assisti. E é dessa sensação que irei falar sem preocupação em expressar neste início de texto alguns aspectos informativos a respeito do espetáculo teatral Volante. Antes disso, escolho o vazio onde tudo acontece, onde a amplitude do espaço e tempo não nos deixa reduzidos ao real, mas nos engrandece nas irrealidades que nos fazem reais.

Foto de Nivaldo Vasconcelos

O começo era o fim e o fim era o começo. Aquela imagem sedimentou em mim. Era um rapaz de braços abertos, apoiados numa estaca de madeira que estava deitada sobre suas costas e enfeitada de fitas vermelhas. Ele vestia uma roupa com cor de tempo, desgastada e um pouco rasgada devido às suas aventuras de andarilho. Nele também existia um cheiro de mar e o vi transitar de água a passarinho num estalar de dedos. Pensei: Para realizar tal manobra, só com ajuda divina! Talvez por isso ele estivesse fazendo uma reza que tinha velocidade de furacão e temperatura de vulcão.
Com esse fragmento de uma existência efêmera, introduzo esta crítica que aborda o espetáculo Volante interpretado pelo ator Bruno Alves do Coletivo Volante, Maceió – AL, apresentado no dia 09 de março de 2016, às 20h, no Teatro Jofre Soares, integrando a programação da 19ª edição do Palco Giratório na etapa estadual do Sesc- AL. Direciono o meu olhar à força do imaginário em “Volante”, a qual tratarei também como caminho para a construção do que seria um “ator invisível”.
Com uma dramaturgia rica em detalhes, lugares e seres diversos, o espetáculo Volante aposta na simplicidade para nos fazer enxergar o invisível. Com o palco quase “vazio”, pude ver monstros, pássaros, mar, carroça, centauro, barco, janela... E tantas outras imagens. Pareciam mais concretas do que, talvez fossem, se estivessem reduzidas a elementos de cena que tentassem traduzi-las ou representá-las em sua complexidade. Pontuarei três signos que se metamorfoseiam durante o espetáculo, para desenvolver esta crítica, considerando o último pouco explorado em suas possibilidades de uso: composição cenográfica/adereço Caetana, tecido azul e bastão com fitas.
O que se vê ao centro do palco é o que considero uma composição cenográfica, composta por um espelho em formato oval, rodeado de flores, apoiado na parte superior de um apoio em vertical (bastão) coberto por um tecido fino, nos dando a sensação de tratar-se de uma figura feminina. Adiante, essa mesma estrutura é utilizada como um adereço, onde o ator utiliza-o a seu serviço, construindo uma espécie de mascaramento, uma vez que veste o espelho sobre sua face e se camufla entre os tecidos, nos trazendo a imagem da morte Caetana. Aqui, o ator some, não por estar camuflado, mas por se fazer invisível ao assumir outra qualidade de energia, movimento e voz, a meu ver, provocadas pelo mascaramento.
Uma rede de tecidos ligados um ao outro através de nós, de cor azul/ciano, vestia o corpo do ator para nos trazer a imagem do mar. Chamo atenção para um fator: Não era a representação do mar distanciada do corpo do ator, não se tratava de uma moldura ou um cenário fixo. O ator vestia o mar e aquele elemento utilizado já não era mais uma rede de tecidos, na relação com um corpo que se colocava em prontidão, comprometido com o imaginário, fazendo-se água, não poderíamos ver outra coisa se não o mar. O ator desaparece mais uma vez.
Do início ao fim do espetáculo, o ator utilizou um bastão onde apoiou os braços, logo se construiu a imagem do personagem em espantalho, não havia sequer um passarinho sobre os seus ombros, no entanto vi uma revoada! “O olho é a máscara e a máscara é o corpo” diz Lecoq, em Volante o olhar e o corpo do ator receberam esses pássaros em seus ombros e os viram voar, um corpo inteiro comunica por inteiro, então, neste caso estar utilizando o bastão/vara complementou a ação física, construindo a imagem do espantalho, mas a força estava na presença física do ator. Embora este elemento bastão, tenha sido bem utilizado em alguns momentos, como o citado, percebi ao longo do espetáculo que tal elemento se tornou um apoio, onde ora construía imagens, ora se tornava algo fixo, sem razão de estar ou limitado em suas possibilidades, talvez ele precisasse de mais descanso, deixando o corpo do ator fluir em diálogo com as particularidades de cada situação cênica. Considerar este ponto é abrir mão da imagem fixa de Severino com os braços presos ao bastão/vara.

Finalizo com um fragmento de Yoshi Oida. Em seu livro “O Ator Invisível” ele diz: “No teatro kabuqui, há um gesto que indica “olhar para a lua”, quando o ator aponta o dedo indicador para o céu. Certa vez, um ator, que era muito talentoso, interpretou tal gesto com graça e elegância. O público pensou: “oh, ele fez um belo movimento!” apreciaram [...] a exibição de seu virtuosismo técnico. Um outro ator fez o mesmo gesto; [...] o público [...] simplesmente viu a lua. Eu prefiro este tipo de ator: [...] O ator capaz de se tornar invisível.”

20 novembro 2016

16 novembro 2016

I Cidade de Deus - Vive!

Você já viu alguma rua com uma piscina no meio cheia de criança dentro dela em pleno feriado?
Eu vi. Foi assim que fomos recebidos na Comunidade Cidade de Deus lá no bairro do Trapiche aqui em Maceió.

Era dia de festa, não somente por conta de ser feriado, mas porque aconteceria o primeiro Cidade de Deus – Vive!
Cleci Nascimento, Nego Love e Denis Angola foram os organizadores dessa ação na rua. Recebi o convite de Cleci e fiquei muito feliz, porque credito nessas ações que reinventam a vida e o ritmo do lugar de onde vivemos.
Encontrei muita gente querida nesse dia, entre essas estava Jairon Santos que registrou em fotos esse momento, Ana Carla Moraes e Luzia Rodrigues.
A rua começava a receber todo mundo. De um lado algumas pessoas tomando uma cervejinha, do outro eu via crianças brincando dentro e fora da piscina. Os B-boys e B-girls chegavam com sua dança e força. Era outra vida.
Foi forrado o tapete/linóleo para começar a festa. O som já estava ligado e os B-boys começavam a improvisar desafios de rima. Era bonito. Em seguida começava o desafio de break. Que resistência no corpo. Que dança bonita essa que resiste também na vida.

A “Confraria: Nós, poetas!” deu continuidade com o seu recital. Em seguida veio Daniel Maia cantando e animando a galera.


Apresentei “Volante” e foi uma experiência única em minha vida.


Carla apresentou sua performance em dança. Trazendo o corpo negro para a cena e sendo um ato político de luta e resistência. Sua dança é dança de vida e luta.
As batalhas de break continuaram. Tive que voltar para casa. Voltei com o coração aceso e uma chama de esperança de ver cada vez mais essa ação crescer e tomar conta do bairro. Está em boas mãos.
Aqui eu agradeço a oportunidade de partilhar, aprender e vivenciar os espaços dessa cidade que vivemos, percebendo que se pode dar uma nova cara, a cara que é nossa. Voces são um exemplo, porque agora começam as ações mensais, mas durante todo tempo estão nas praças, nas ruas, fazendo de todo lugar um espaço para se movimentar e assumir o nosso verdadeiro ritmo.

Que vocês sigam nessa jornada. Que mais bairros sejam ocupados pelas ações culturais. Isso é bonito. Contem com o Coletivo Volante!
Parabéns! Parabéns!

Minha gratidão!

14 novembro 2016

I CDD VIVE!

O espetáculo "Volante" fará uma participação no I CCD-Vive!
Será um momento de partilhas e encontros.
Juntos por uma comunidade sempre viva!



“Caminhos Pros Pés Volante”



Há de ficar mais forte a vida a cada novo encontro.

Difícil não se deixar tocar pelo olhar do outro e as historias que ele carrega.

Esse Circuito SESC de Artes foi assim… Jornada de descobertas e reinvenções. 



Não vou esquecer Limoeiro de Anadia, a pimenta caseira no restaurante na beira da estrada, as cores da casa, o sol forte, o vento forte, as senhoras e os senhores nas portas, a praça com aquele anfiteatro, o palco gigante, os caminhos de Jackson…

Não vou esquecer Lagoa da Canoa, ares de música, chão de silêncios e sons, terra que nos deu Hermeto Pascoal, casa de cultura cheia de obras dos artistas locais, a pracinha da igreja, o bêbado cantando e agitando a galera bem no meio da peça, nós pela tarde procurando a lagoa e a canoa dentro da cidade, os burrinhos do lado da lagoa, lagoa bonita, não vimos a canoa, tinha trilho de trem e uma estação abandonada. Lagoa da canoa foi terra que Kaw me trouxe doce de leite embrulhado em papel de presente.

Vou guardar no peito Teotônio Vilela, suas ruas cheias de ciclistas, suas pessoas que nos saúdam com bom dia e sorriso no rosto.

Vou ser grato a Feliz Deserto, não irei esquecê-lo. Uma terra que já traz a felicidade no nome com seu rio quieto no meio da cidade, com sua juventude linda e cheia de arte e sua pracinha do padre Ciço cheia de gente pelos lados...

Vou sonhar mais uma vez com o nascer e o pôr do sol em Piaçabuçu e seu rio que abençoa e que corre resistente por esse país. Vou lembrar dos artistas locais com a força que eles trazem, com a esperança que eles transbordam.



Vou querer encontrar de novo e sempre quando puder Jurandir, Arnauld Kaw, Jefferson, Jonathan e Glauco, porque a música e a dança que eles trazem me cura, me deixa forte nessa vida.

Vou ser feliz cada vez que lembrar das obras de Jackson Lima por ver em sua arte e em sua vida uma poesia de amor para o mundo.

Eu vou ter mais fé na vida e na caminhada, eu me prometo que vou, porque essa jornada me fez entender que nesse mundo a gente ainda encontra calor no abraço do outro e que seguir junto é bem melhor, nos deixa mais forte…

Vou ser grato todos os dias a Magnun Angelo por sua competência, sensibilidade e cuidado. Por tudo que ele tem nos oportunizado aprender ao longo desse ano. Magnun esse ano foi mais bonito para nós e você é parte dessa boniteza.

Ser grato a Magnun é também ser grato ao SESC AL, a Fabrício Barros, A Adriana e a toda equipe da CARC, porque são comprometidos e competentes no que se propõem a fazer.

Vou ser grato a Rayane Wise a cada novo dia por todo aprendizado que vamos tendo juntos nessa jornada.

Vou ser grato a Nivaldo Vasconcelos pelo cuidado e carinho com que fez o material grafico para divulgação e o vídeo “Sobre Volante”.

Vou ser grato a Felipe de Alencar e Elton Nascimento por essa oportunidade de aprender com eles e partilhar continuamente inquietações e descobertas. Que a música de vocês seja uma ponte que indique caminhos para a felicidade.

Vou ser grato aos rapazes da luz e do som(Serginho, Lucivaldo, Jânio e Manu) por serem tão entregues em seu trabalho.

É muita gratidão no peito e não pense que é exagero não. Quem sabe um pouco dessa caminhada eve imaginar o quanto é importante essa oportunidade e como cada passo que a gente vai dando vai abrindo o caminhado.

Meu coração está muito cheio de amor, porque foi isso que recebi em cada canto. Esse circuito renova as forças, mostra aonde a gente está, aonde a gente pode ir e o quanto isso nos modifica.

Aprendi. Aprendi muito!

Deixo um abraço, um sorriso e beijo de gratidão.

Até a próxima!

Bruno Alves

13 novembro 2016

Gratidão, Piaçabuçu!

Piaçabuçu é uma cidade acesa!
Dormimos em Coruripe no dia 11 e chegamos na manhã do dia 12 em Piaçabuçu.
Ficamos em uma pousada na beirada do rio São Francisco.



Demos uma volta pela cidade para conhecer seu dia a dia, seu ritmo, sua gente.
Almoçamos e relato aqui esse fato, porque não é todo dia que temos a oportunidade de ter ao fundo na hora do almoço esse rio.
O rio tem uma energia que nos encanta. Impossível não lembrar o ocorrido com ator Domingos Montagner ao olhar para aquelas águas.
Às 14h saí com Jackson Lima e Jurandir Bozo para a rádio Porto Belo FM. Por lá Dalva de Castro nos esperava para uma entrevista com o locutor da rádio comunitária. Bozo se emocionou ao falar do rio que tem em sua vida desde a infância. Foi emocionante ver a sua alegria pelas recordações que o rio lhe traz e a tristeza pelos maus-tratos que ele vê acontecendo a cada dia.
Saímos para o Povoado Mandim às 18h para passagem de som e aquecimentos. Por lá a ONG “Olha o Chico!” fazia a produção local. A “Olha o Chico” organiza mensalmente um sarau onde abre espaço para as pessoas da cidade se expressarem com as linguagens artísticas. Trabalho lindo e de resistência de Dalva e Jasiel.
Dalva falava da escolha do espaço por ser mais distanciado do centro da cidade e pela necessidade de descentralizar as ações culturais para as comunidades mais distantes.
Foi um espaço diferente o dessa apresentação, mas foi para mim uma das experiências mais incríveis do circuito.
As pessoas foram chegando. Algumas ainda vendo de longe e se chegando aos pouquinhos. Ao iniciar o espetáculo “Volante” por volta das 19h:30min o espaço estava cheio com pessoas dentro e ao redor.



A peça começou e a troca de energia foi tomando conta do lugar. Que generosos os piaçabuçuenses. Foi para mim uma noite de muita emoção.
Ao final Dalva convidou uma morada para receber a Árvore da Felicidade e ficar responsável para plantar na pracinha que por lá existe.
Ao lado do local escolhido para palco estava a exposição “Caminhos” de Jackson Lima que tocava as pessoas que viam suas esculturas. Jackson tem uma obra forte e poderosa. Nos envolve, nos toca, mexe com a gente. Sou um admirador da obra e de sua pessoa cheia de simplicidade e generosidade. Conversamos ao longo do dia. Jackson me ensinou muitas coisas com a sua fé e crença. Perguntei sobre como haviam descoberto sua obra, pois o mesmo mora em um sítio na cidade de Limoeiro de Anadia. Jackson me ensinou que as coisas quando estão para acontecer nada impede que esse rio da vida siga fluindo.


Rayane Wise e Jackson Lima entre uma de suas esculturas.

Jurandir Bozo e sua banda animou o salão. Jurandir canta a terra, as águas, o vento, as estrelas, o mar... Viver com sua banda esses dias me ensinou muita coisa.

"Pros Pés" Jurandir Bozo e os Gêmeos do Coco Jonathan e Jefferson

Quando acabou a programação do Circuito SESC de Artes deu-se início as apresentações dos moradores. As pessoas iam cantar, ler poemas e a grande surpresa para mim foi conhecer o grupo de teatro que vem nascendo na cidade: Os “Nobres Vagabundos”. Quanta força, quanta vontade eu via naquele grupo. Traziam poemas de Bertolt Brecht e corpos acesos e vivos. Que troca maravilhosa esse momento. Encontrar parte de nossa família foi fortalecedor. Como é importante a existência do grupo para a cidade.
"Nobres Vagabundos", "Coletivo Volante de Teatro" e "Pros Pés"

Terminamos a noite na ribeira cantando, vendo a lua sobre as águas, rindo, contando piadas, falando sobre signos, quiromancia, bebendo cachaça e agradecendo aquele encontro.
Piaçabuçu é terra acesa. Água de calmaria. A ONG “Olha o Chico” é um presente para a cidade, pois agita, impulsiona a transformação social através da arte.
A gratidão por esse encontro é imensa. Saímos muito felizes com todo o circuito, pois foi momento rico em aprendizado.
Quero voltar de novo a Piaçabuçu.

Gratidão!

12 novembro 2016

Gratidão, Feliz Deserto!

Sempre quis conhecer Feliz Deserto. 
Primeiro que só pelo nome eu moraria na cidade.
Segundo, por que uma amiga de trabalho vem de lá e sempre me conta histórias bonitas dessa terra.
Feliz Deserto... Deve ser bonito se apresentar dizendo que veio desse lugar.
Quem nasce me Feliz Deserto é o quê? Feliz? Deserto? Não não. É Feliz-Desertense.
Chegamos ao meio dia e fomos almoçar num restaurante na entrada da cidade.
Ficamos esperando montar o som e a luz, enquanto conversávamos entre nós. 
Tirei umas horinhas para passear pela cidade. Sempre faço isso pra sentir o movimento, o jeito das pessoas, o ritmo da cidade. Conheci uma pracinha que tinha uma estátua do padre Cícero no meio. Muito comum nas cidades do inteiro aqui em Alagoas ter uma praça em homenagem ao padre Ciço.
Tem um rio que corta a cidade no meio.
Tem uma praça em construção, que deve ser chamada de a praça da igreja, pois no meio dela está a igreja mais antiga da cidade. 
As pessoas ficam observando a presença da gente. É que todo mundo deve se conhecer por aqui e percebem quando outras presenças entram ou modificam o ritmo do lugar.
Gostei muito de Feliz Deserto.
As ruas são calmas, pessoas nas portas das casas sentadas nas calçadas, senhores tomando cachaça e ouvindo Zezé di Camargo e Luciano.
A noite foi chegando e estaríamos contando com o apoio da Ong Olha o Chico! Que cuidaram de divulgar e realizar um sarau com os talentos da escola que nos recebeu.
Começou o circuito por volta das 19:30min. 








Salão da escola cheio. Olhares atentos. Crianças espalhadas pelo salão.
Jurandir Bozo e sua banda deram um show com seu espetáculo Pros Pés! Trazem a plateia para dentro do espetáculo com suas referências vindas da nossa cultura. 
Na entrada da Escola Jackson Lima nos hipnotizava com suas obras. Que coisa linda esse trabalho dele... Quanto mais olho mais me apaixono.






No final os estudantes da escola começaram o sarau e cada um inscrito ia à frente
cantar pelo menos duas músicas escolhidas por eles mesmos. Foi bonito de ver aquela galera toda se expressando e agitando o salão. Que momento bom foi esse!
Voltamos para dormir em Coruripe. Estamos aqui agora em alguns minutos seguiremos para a última apresentação do Circuito SESC das Artes em Piaçabuçu.  
Coração aperta e se enche de gratidão por essa jornada.
Feliz Deserto vai me deixar saudades. 
Sua gente feliz me fez acreditar na força e no amor existente dentro de um sorriso. 
Plantei a Árvore da Felicidade num canteiro perto das hortelãs. Que cresça muito mais justiça social e igualdade dentro da cidade e que o ser Feliz que já está no nome dela se torne cada dia mais forte.



Quero agradecer a cidade pela recepção, pelo forró dançado, pela troca que houve ao conhecer os artistas da escola, pelos abraços que são tão necessários nessa caminhada, pelo sorriso aberto e o coração sincero a receber um pouco da nossa história.
Feliz Deserto é terra de gente que se deixar tocar no encontro.
Nossa gratidão!

11 novembro 2016

Gratidão, Teotônio Vilela - AL!

Chegamos em Teotônio Vilela por volta do meio dia.
É uma cidade movimentada. Muitas lojas no centro da cidade, pessoas circulando, pessoas sorrindo e desejando boa tarde.
O que mais gosto nesses interiores de minha terra é a forma de receber das pessoas. Mesmo sem me conhecer me desejavam boa tarde, fazia um gesto de saudação erguendo o braço direito que pode vir ou não acompanhado de "Opa!". Opa por aqui quer dizer e resumir "oi. Tudo bem?". Com o tempo e a vivência na capital alagoana fui perdendo esse ato de saudar o outro desconhecido no encontro, mas estar aqui me faz lembrar disso e reviver.
Fomos ao SESC LER aqui de Teotônio Vilela. Organizamos o espaço e passamos o som. Aos poucos as pessoas iam chegando e se acomodando.







Iniciamos a apresentação de Volante às 19:30. Público muito atento. Silencioso. Às vezes pareci estranho o silêncio, mas fui entendendo isso como uma forma de receber muito particular dessa comunidade.





Ao final fui me aproximando das pessoas, querendo meio que puxar conversar. Já descaracterizado do personagem observava como eles ficavam discretamente olhando e aos poucos trocávamos sorrisos.
Foram bem receptivos. Vinham falar impressões sobre o espetáculo.





Um senhor que trabalha na coordenação da unidade junto com sua esposa e duas filhas e uma outra funcionária do SESC, a Eliandra, foram comigo procurar um lugar para plantar a Árvore da Felicidade. Suas filhas estavam muito atentas. Sua esposa me falava de lembrar dessa planta na casa da mãe na infância. Plantamos juntos. Foi emocionante esse momento de troca de histórias e de cumplicidade na hora da ação. Suas filhas me falavam que tinham feito teatro na feira de ciência da escola na semana anterior e eu lhes dizia:
- É bom, né?
- Sim. É muito bom. Vamos começar a fazer aula na escola - me responderam com sorriso de alegria.
Eu fico feliz quando ouço alguém dizer que vai fazer teatro. Isso me enche de esperança, porque quanto mais teatro melhor.
Mas eu fico mais feliz ainda em poder ter essa oportunidade de circular e conhecer essas pessoas que durante esses minutos de espetáculo me oferecem a atenção. É muito bom poder olhar nos olhos e receber essa resposta tão direta e sincera.
Antes de voltarmos para o hotel, as meninas da cozinha nos ofereceram um lanche com sanduíche e eu preciso agradecer aqui o cuidado e generosidade, pois elas foram muito prestativas e acolhedoras e sei que nesse momento elas estão lento essa postagem , porque disseram que acompanharia o coletivo pelas redes sociais. Meninas estava tudo delicioso. Gratidão!
Gratidão também a equipe que nos recebeu, ao público bonito e cheio de simplicidade e afeto. Vocês tocam as nossas vidas e nos fazem seguir adiante.
Evoé! Seguimos para Feliz Deserto!
Gratidão pelo dia cheio de tranquilidade e carinho, cidade de Teotônio Vilela!


10 novembro 2016

Gratidão, Lagoa da Canoa!

Há uma música solta no silêncio de Lagoa da Canoa.
Pelo dia existe muito movimento pela rua. Estudantes que chegava e voltam para a zona rural da cidade.
Uma cidade organizado. Muito movimento de carros, motos e carroças na rua.
Existe uma casa de cultura muito bonita. 
Registros de Magnun Angelo

Cheia de obras dos artistas locais. A equipe muito receptiva nos acolhe e ajuda na estadia no lugar. 
Tem uma foto enorme do Hermeto Pascoal na entrada da Secretaria de Cultura.
Fomos para a praça onde apresentaríamos o circuito. Praça bonita cercada de canteiro de planta.


Fomos caminhar pela cidade Rayane, Jeferson, Jonathan, Glauco e eu. Queríamos conhecer a lagoa que teria dado nome a cidade e logo mais adiante estava ela abraçando grande parte da cidade. 
Lagoa que marca o início da cidade, quando o primeiro morador João de Deus trouxe a família para morar ao redor dela e usava a canoa para ajudar na busca pela sobrevivência de sua família.
Estava um pouco seca, porque parece ser de uma imensidão de água em períodos chuvosos. Ficamos na beira da lagoa vendo os animais ao redor dela. Paisagem bonita com uma transição entre o verde e o seco.
O sol aqui queima sem dó, mas esse sol acolhe. É diferente do sol de Maceió, eu sinto que é. Se eu morasse aqui não teria medo do sol, mas em Maceió eu tenho.
A noite chega e com ela vem a mudança da temperatura. Começa a esfriar. 
A praça aos poucos vai atraindo pessoas de todos os lados. 



Nessas duas cidades que andei escutei bastante "Vai ter culto, é?". Achei interessante a pergunta e dizia que não seria culto o nosso ritual.
As pessoas em Lagoa da Canoa são muito acolhedoras. Testei puxar assunto pela rua com pessoas que não conhecia e de repente havia uma abertura muito sincera para conversar.
As apresentações do Circuito SESC de Artes começaram a partir das 19h. As pessoas começaram a chegar e ficar ao redor da praça. Foi bom apresentar Volante aqui. 
Jurandir Bozo mais uma vez deu o show com seu espetáculo "Pros Pés".
Plantamos com a permissão da Secretaria de Cultura a nossa muda da Árvore da Felicidade na Praça em que apresentamos. As crianças ficaram ao redor esperando a gente plantar. Ela vai crescer por lá, a felicidade vai crescer, vai sim.



A terra de Hermeto inspira música, versos, dança... Lagoa da Canoa em sua simplicidade e beleza inspira. Moraria por lá.
Voltamos para Arapiraca.
Esse circuito me dá a chance de conhecer pessoas maravilhosas.
Fica aqui o registro de gratidão a Secretaria de cultura na pessoa da Nice, do João e da secretaria Rita.
A gratidão é grande as pessoas que foram a praça nessa noite. Vocês são maravilhosos Lagoenses.
Seguimos para a cidade de Teotônio Vilela!
Viva o teatro! Viva os encontros!

09 novembro 2016

Gratidão, Limoeiro de Anadia!

Chegamos em Limoeiro de Anadia por volta das 14h.
Sol forte, vento forte…
Fomos recepcionados por dona Marlene que representa a Secretaria de Cultura local.
Seguimos para um restaurante num Povoado na beira da estrada, esqueci o nome agora.
O senhor do restaurante é muito receptivo, acolhedor, prestativo. Me fez molho de pimenta com a pimenteira que plantou no quintal do restaurante.
As apresentações começaram às 19h com “Volante”. Aos poucos as pessoas iam se aproximando e quando reparamos a praça estava lotada.
Registro de Jurandir Bozo


Jurandir Bozo apresentou seu musical “Pros Pés”. Coisa linda de se ver aquele coco alagoano sendo espalhado pela praça.
Terminamos com roda ciranda puxada por Jurandir.


Registro de Rayane Wise


Limoeiro é calmaria, sol forte e vento que abraça.
Limoeiro de Anadia é terra de gente que sorri com os olhos e te abraça.
Plateia muito generosa e acolhedora encontramos por aqui.
Plantamos nossa muda da Árvore da felicidade no meio do canteiro da praça, quietinha, silenciosa. Há de crescer assim e plena e grande. Seu Cicero o jardineiro da cidade ficou de cuidar dela com amor e regar a felicidade um pouco a cada dia.
Seguimos para Lagoa da Canoa! Terra de Hermeto Pascoal!
Viva os encontros! Viva o teatro!

Circuito SESC das Artes

08 novembro 2016

Plantar a Felicidade

Hoje seguiremos para o Circuito SESC das Artes.
Essa vivência é muito importante para nós. Somos gratos ao SESC-AL pela oportunidade e confiança.
Mês passado Rayane Wise me falou da existência da Árvore da Felicidade. Achei tão simbólico e doce essa partilha que ela me trouxe, porque em determinado momento do nosso espetáculo o personagem diz que a felicidade às vezes fica quietinha como árvore plantada no chão.
Nos propomos a falar sobre ser feliz e hoje levaremos para cada lugar visitado uma muda dessa árvore para que fique nesse chão que iremos pisar como um sinal de gratidão pelos encontros que estão por acontecer. Que ela, a Felicidade, cresça, traga sombra e ar novo para cada pessoa que precisar.
Se nos propomos a plantar felicidade no mundo, assim vamos fazer.
#CircuitoSESCdasArtes #VolanteCaminha #SESCAL #VivaOTeatro!


07 novembro 2016

Vídeo "Sobre VOLANTE" no ar!

Minhas queridas e meus queridos!
É com muita alegria e gratidão que compartilhamos com vocês esse vídeo realizado pelo Estúdio Atroá.
O vídeo fala sobre os caminhos para a construção do espetáculo "Volante".
Nossa gratidão ao Estúdio Atroá e a Nivaldo Vasconcelos pelo apoio e generosidade desde o começo dessa jornada.
Assistam! Compartilhem!
Gratidão!


06 novembro 2016

05 novembro 2016

Circuito Sesc de Artes 2016

             

De 08 a 13 de novembro às cidades de Limoeiro de Anadia, Lagoa da Canoa, Teotônio Vilela, Feliz Deserto e Piaçabuçu recebem a edição de 2016 do Projeto “Circuito Sesc de Artes”, promovendo a difusão de bens culturais, a formação de plateias e a abrangência de atuação do Sesc pelo interior de Alagoas. Uma programação gratuita de espetáculos teatrais, apresentações musicais, exposições de artes visuais e oficinas, estreitando os laços da classe artística com o público em geral. Neste ano a circulação conta a participação dos grupos e artistas: Coletivo Volante com integrantes de Maceió e Viçosa, Jurandir Bozo de Pão de Açúcar e Jackson Lima de Limoeiro de Anadia.  Com o apoio do artista visual Jackson Lima em Limoeiro do Anadia, a prefeitura de Lagoa da Canoa, em especial a secretária de cultura Rita de Cassia, Sesc Ler Teotônio Vilela, a produtora cultural Lara Reis em Feliz Deserto e a Associação Olha o Chico em Piaçabuçu.

Espetáculo “Volante” do Coletivo Volante - A apresentação traz o conto de um homem e sua carroça que saem de casa para procurar a felicidade pelo mundo, no meio de suas andanças expressa as histórias que viveu e encontrou pelo caminho. Os atores trazem na dramaturgia a expressividade, integrados a interpretação da época e temática que dão vida as cenas. As pesquisas da montagem foram iniciadas em 2014 e ao longo dos anos já esteve em várias praças de Maceió e do interior. O Coletivo busca uma dramaturgia pessoal, mesclando linguagens artísticas diferentes e os espaços alternativos das cidades são a sua fonte de inspiração e interação constante.





Apresentação Musical “Pros Pés” de Jurandir Bozo - No palco a descontração dos ritmos de forma hibrida na mistura do coco de roda numa abordagem contemporânea. Situada em sons dançantes, explorando uma formação de violão, viola de arco e percussão, além do som dos trupes que fazem a percussão corporal. O artista popular Jurandir Bozo apresenta seu conhecimento sobre a cultura alagoana, narrativas dos causos e poesias, canções a moda de viola, cirandas e cantigas de ninar. Frutos de diversas vivenciam com os Mestres de sambas de roda, coco, guerreiro, marujada e chegança. Natural da cidade Pão de Açúcar (AL), Bozo já realizou diversos trabalhos de valorização das tradições da cultura alagoana de raiz, sendo referencia no segmento regional com mais de 15 anos de carreira.



Exposição “Caminhos” de Jackson Lima - As obras oferecem experiências singulares a partir das criações e do olhar de Jackson para o cotidiano do agreste alagoano. Fazendo o uso de técnica mista em esculturas produzidas em arame galvanizado, massa plástica, cola, papel, papelão, tecido e outros materiais reciclados. O artista autodidata é natural da cidade de Limoeiro de Anadia e tem criação em pinturas, a esculturas e poesias inspiradas na comunhão da natureza do lugar onde vive. Suas obras são uma extensão de tudo o que é vivo. 



SERVIÇO
Espetáculos “Volante” e “Pros Pés” – Classificação Livre
08/11, 19h, Praça de Eventos – Limoeiro de Anadia/AL
09/11, 19h, Calçadão Nossa Srª da Conceição – Lagoa da Canoa/AL
10/11, 19h, Unidade Sesc Ler – Teotônio Vilela/ AL
11/11, 19h, Escola Estadual Senador Arnon de Melo – Feliz Deserto/AL
12/11, 19h, Povoado Mandin – Piaçabuçu/AL

Exposição “Caminhos”
18h – Abertura da Exposição e roda de conversa com Artista visual Jackson Lima – Povoado Mandin – Piaçabuçu/AL;


Informações (82) 3201-1350 / 1373 / 1374


(Texto e Fotos da Divulgação SESC -AL)

04 novembro 2016

Programação CIRCUITO SESC DAS ARTES

CIRCUITO SESC DAS ARTES vem chegando!

Gratidão ao SESC ALAGOAS pelo convite, confiança e apoio ao nosso trabalho!

"Promovendo a difusão de bens culturais, a formação de plateias e a extensão das ações do Sesc por todo estado de Alagoas, o Circuito Sesc das Artes será realizado entre 8 e 13 de novembro. As cidades contempladas serão Limoeiro de Anadia, Lagoa da Canoa, Teotônio Vilela, Feliz Deserto e Piaçabuçu. Entre as atrações estão espetáculos teatrais, exposições, apresentações musicais e oficinas.

Todas as cidades receberão as apresentações do espetáculo Volante, e do musical Pros Pés, com Jurandir Bozo. Fará parte da programação itinerante do Circuito a Exposição Caminhos, do artista Jackson Lima."
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