24 janeiro 2022

PROJETO JACOBINE PELAS JANELAS


Diferente da porta, por onde se entra ou sai de algum lugar, a janela é o ponto de contato entre dois espaços, geralmente um interno e outro externo, que podem ser explorados mutuamente sem que haja uma interação física entre um e outro.

Se a porta é um convite ao corpo, a janela é um convite aos olhos, e por isso se converte tão facilmente em metáfora para o ver. Falamos, então, dos olhos como janelas da alma. Através delas, vê-se o mundo. E vice-versa, afinal, a janela indiscreta da vizinhança não nos deixa negar: através delas, o mundo também nos vê.

Chamamos de “janela” aquele espaço que fica entre os dentes quando um deles cai. Também são janelas os momentos livres na agenda, entre um e outro compromisso. Nos computadores, celulares, tablets, cada programa aberto representa uma janela. E é principalmente por meio delas que temos interagido durante esses dois anos de pandemia.

Foi pensando nisso tudo que o Coletivo Volante de Teatro concebeu Jacobine pelas Janelas.

Estrelado pela deusa finis, musa fitness, multiartista faraônica e rainha do requente Jacobine, esse projeto consiste em uma série de vídeos, fotos e narrativas curtas postadas diretamente nas redes sociais em que são exploradas as mais diversas facetas dessa palhaça-vanguardista-filósofa-ícone-da-moda.

Com o intuito de levar o riso, mas também de fazer pensar, Jacobine pelas Janelas vai promover a interação, mas sem contato físico. Com ele, cada pessoa poderá enxergar Jacobine pelos mais diversos ângulos, nas mais inusitadas situações. E, por meio do jogo propiciado por toda janela, o público inevitavelmente poderá enxergar a si mesmo — a sua face mais ridícula, egocêntrica, mas também espontânea, divertida — refletida nessa palhaça para quem todos os espelhos e o holofotes sempre se direcionam: Jacobine.

Texto: Felipe Benicio
Imagem: Nivaldo Vasconcelos