Hoje à tarde tive a oportunidade de
conhecer estudantes da rede estadual do 1º ano do ensino médio da Escola José
da Silveira Camerino aqui em Maceió. Foi um convite da atriz e professora
Louryne Simões do Teatro da Poesia. Por lá estão estudando os gêneros textuais
e hoje foi dia de falar sobre o gênero dramático.
Resolvi chamar essa conversa de “A
literatura dramática e a dramaturgia construída para a cena nos espetáculos em
Alagoas”.
Falei um pouco sobre o começo dos
textos dramáticos, seu movimento ao longo da história do teatro, suas mudanças
e seus diálogos na construção das cenas.
Refletimos juntos sobre as
diversas formas de dramaturgia, como ele surge, onde pode estar e o que nos
inspira a escrever, a transformar tudo isso em teatro. Citei Adélia Nicolete
que recentemente nos deu entrevista falando sobre dramaturgia na revista
#Textão.
Partilhei da minha experiência com
o espetáculo “Volante” e os motivos de ir tecendo a dramaturgia ao longo do
processo.
Louryne está em cartaz com “A Memória
da Flor” e contou-nos como foi construindo a dramaturgia do espetáculo. Lemos juntos
duas cenas da peça para irem sentindo o clima.
Houve um momento que observei que
Louryne e eu somos atores no exercício de dramaturgia em nossos espetáculos. Cheguei
a questionar de onde teria vindo essa vontade e as primeiras respostam
começaram a surgir a partir do entendimento da necessidade de se contar e
descobrir uma dramaturgia de ator, visto a carência de pessoas interessadas em
dramaturgia por aqui, nos últimos três anos pelo menos.
Louryne e eu fizemos a mesma oficina
de dramaturgia com Vinicius Souza (MG) e depois daquele dia continuamos os
estudos com um Clube de Dramaturgia. É legal ver como as coisas reverberam e vão
tendo continuidades. Essa oficina de Vinicius foi muito importante para nós.
Por fim, tiramos um selfie e eu
fiquei com vontade de querer falar mais e mais. Com o tempo a gente vai
entendendo que a nossa experiência é também uma maneira mais próxima de nós relatarmos e
entendermos de um assunto que nos interessa.
Esses estudantes foram muito
generosos com a partilha. No final uma estudante veio até mim para perguntar
como saber mais sobre o assunto. Quando isso acontece eu me sinto recebendo um
belo presente.
Que mais encontros como esse
aconteçam, porque todo lugar é lugar de dramaturgia.
Bruno Alves