26 agosto 2016

Vem aí o FESTAL

Hoje foi dia de construção!
Vários grupos e artistas da nossa cidade reunidos na construção da segunda edição do Festival de Teatro de Alagoas - FESTAL.
Essa rede de afetos vai crescendo e descobrindo o caminho.
Em novembro tem FESTAL!
Evoé!




23 agosto 2016

Aquilo que nos MARCA

Está marca abaixo irá nos acompanhar ao longo dessa jornada.
Nivaldo Vasconcelos começou a produzir e aí está.
Volante quer dize: aquilo que se desloca facilmente; habilidade para o voo; aquilo que se lança...

Gratidão!




14 agosto 2016

Gratidão, Arapiraca!


Temos muito a agradecer pela semana de vivência e aprendizado na I Aldeia Arapiraca – Mostra de Arte e Cultura do SESC.

Como é bom ter esse espaço para apreciar o trabalho dos amigos e amigas e também ver o nosso sendo generosamente debatido num espaço raro em nosso estado, o espaço para a crítica.




Foi bom conhecer gente nova, gente fazendo teatro em Arapiraca, Taquarana, Maceió e Cuiabá. Gente fazendo teatro há anos, meses, dias e outros a mais de meio século.

Como foi bom conhecer o In-Próprio Coletivo (MT) e ver inspiração para seguir caminhando nessa jornada. E se admirar com o trabalho lindo que fazem com tanta propriedade.

Foi bom reencontrar Vinicius Sousa e poder estar perto mais perto das palavras.

Foi bom acordar e encontrar a cidade. Percorrer os espaços e vivenciar momentos de redescoberta. 

Redescobrir é a palavra que ficou para o Coletivo Volante. Redescobrir as nossas possibilidades, os espaços, a peça inteira. Olhar para dentro de nós, para fora também e seguir caminhando.

Gratidão por todo apoio do SESC – AL, aqui esse lugar é um espaço que nos acolhe e impulsiona a se provocar, se questionar e redescobrir as possibilidades.

Gratidão Magnun, Adriana, Fabrício, Rosana, Vicente, Reginaldo e Vinicius. Gratidão!


Gratidão, Arapiraca!
Teu solo é fértil e faz carinho nas nossas raízes.


13 agosto 2016

I Aldeia Arapiraca -Dia 5

Arapiraca, 12 de agosto de 2016.

Hoje é o quinto dia da Aldeia Arapiraca. 
Hoje às 16h apresentaremos pela 24º vez o espetáculo "Volante".
Fui pela manhã a oficina de dramaturgia e por volta das 10h:20min estava na Praça da Prefeitura onde apresentaria o espetáculo.
Comecei a reconhecer o espaço e fazer marcações.
... 
A apresentação se deu numa semi-arena. Estava lotada por estudantes e outras pessoas que passavam por ali é que vinham acompanhando a programação.
A apresentação teve início às 16h.
Tinha muito sol no espaço e isso inquietava o público.
Meu microfone deu problema, falta de hábito, e se desconectou no meio da peça.
Tive que continuar sem ele.
Espaço grande. Deu medo continuar, mas não podia perder a conexão com as pessoas que estavam ali. 


Foto de Frederico Ishikawa


A peça terminou. 
Trocamos figurinhas com o In-Proprio Coletivo (MT). Foi maravilhosa a presença deles e delas.

Fomos ao bate-papo.
Foi cerca de 1h:30min de conversa sobre o trabalho. 
Momento rico de partilha e aprendizado. Reginaldo Oliveira (AL), Vinicius Sousa (MG) e Vicente Pereira (Departamento Nacional do SESC) eram os debatedores.
Muita coisa foi revista nessa conversa. Os caminhos, as possibilidades e os direcionamentos começaram a se revelar. As dúvidas que existiam em minha cabeça começaram de repente a tomar novos rumos. Foi um dia inesquecível. A generosidade dos debatedores e do público presente nos fortaleceu e deu coragem para seguir.
O caminho é longo, mas a gente está caminhando.
Gratidão ao SESC nas pessoas do Magnun, Adriana, Fabrício e Rosana por serem essa porta e coração aberto. Graças a esses encontros nosso trabalhado tem se fortalecido.
Gratidão a Arapiraca que nos recebeu tão bem. Foi muito bom estar aqui.
Hoje se encerra a Aldeia Arapiraca. Foi bom! Foi ótimo!
Viva! Viva o teatro!

11 agosto 2016

I Aldeia Arapiraca - Dia 4

Arapiraca, Quinta-feira, 11 de agosto de 2016.

Quarto dia da Aldeia Arapiraca.
O tempo que eu vivo hoje é tempo de silêncio interior.
Acordei barulhento, mas agora estou com vontade de ficar em silêncio.
Essa coisa da vida, essa ansiedade disfarçada, esse estar perdido quando está se achando alguma coisa.
Isso consome parte do meu dia agora. Isso é um grande pensamento que me cansa e me levanta na maioria das vezes.

São 12h:46min agora.





Eu to pensando em teatro a semana toda, a semana anterior também, o mês passado, o começo do ano...Eu penso em teatro desde os meus 16 anos quando comecei a fazer teatro. Eu tenho pensado em teatro o tempo todo. Pensado com ânsia de aprender. Com vontade de ser surpreendido. Não me dói pensar nisso. Isso me fortalece. É bom.Fortalece.

...

O dia vai passando. A temperatura da cidade vai mudando dentro e fora de mim.

...

Assisti às 16h o espetáculo com número de mágica de Jesus Rojo. Que cuidadoso ele na execução.
Pela noite foi a vez de assistir Oramortem do 
Coletivo In-Próprio de Cuiabá. 
Uma das obras mais lindas que eu já vi em minha vida. Estou encantando até agora.Estou afetado pela beleza do trabalho do coletivo. Que coisa linda! Não canso de me dizer.

22h:36min

Hora de descansar.
Se preparar para o dia de amanhã. 
Agora à noite tudo é mais leve e feliz. 
Tive um dia lindo e amanhã é a nossa vez de apresentar "Volante".
Estou feliz de estar vivendo esse momento.
Até amanhã às 16h na praça da prefeitura aqui em Arapiraca.  

10 agosto 2016

I Aldeia Arapiraca - Dia 3

Arapiraca, Quarta-feira, 10 de agosto de 2016.

Terceiro dia da Aldeia Arapiraca.
Hoje no fim da oficina tive a oportunidade de caminhar sem pressa pelas ruas até chegar ao hotel.
É bom sentir o ritmo e identificar cada morador.
Hoje vi um senhor com uma caixinha de fotografia em lambe-lambe. Perguntei o preço pra tirar retrato e se todos os dias ele estava ali.
Agora já são 13:30.
A oficina foi proveitosa. Vinicius conseguiu extrair coisas boas das conversas. Vi que rolou muita empolgação nas horas de partilha. Foi bom estar ali.
A hora passa e meu corpo se acostuma ao ritmo de assistir espetáculo e ver acontecer o bate-papo.
Não vejo a hora de começar esse momento. Gosto.
Voltei junto ao professor Toni Edson para o retratista de lambe lambe e descobrimos que ele não tira foto de lambe lambe. A caixinha é apenas uma propaganda. É fotografia digital.



...

Assistimos a Cia Insanos - Camboio de Doido da cidade de Taquarana -AL. Apresentaram o espetáculo "Farso Quixote de la Taquarana". Pela primeira vez o grupo se apresentava para uma enorme plateia de crianças. A mudança assustou, mas no bate-papo houve uma troca muito sincera e honesta.




Pela noite assistimos o espetáculo "Magia" do palhaço Biribinha. Foi lindo! Foi incrível! Ele é maravilhoso. Fiquei encantado com sua apresentação. São anos de experiência, 58 anos, dedicados ao circo. Foi lindo.




 Jantamos na cuscuzeria da cidade. Tomamos uma cervejinha. Partilhamos histórias.
Voltamos para descansar. Amanhã tem um grupo do Mato Grosso. São uma simpatia.
Acordemos logo mais para viver mais um dia dessa Aldeia.


Bruno

Mais registros de hoje.












09 agosto 2016

I Aldeia Arapiraca - Dia 2

Arapiraca, Terça-feira, 09 de agosto de 2016.

É o segundo dia da I Aldeia Arapiraca.
Eu gosto de Arapiraca.
Eu gosto de estar aqui.
Ainda estamos no meio do segundo horário do dia, são quase 15h.


Começo o dia na dúvida em que oficina fazer. 
Eu ando tão cheio de dúvidas que sinais de pequenas certezas eu agarro como quem achou um grande tesouro.
Tenho achado grandes tesouros por aqui. É bom escutar o ritmo da cidade, o jeito de ser de cada pessoa e a identidade do lugar desenhado em cada rosto e espaço.
Acordei na dúvida em qual oficina fazer. Ficar na dúvida é uma coisa que aperta meu peito. Às vezes a resposta da escolha alivia tudo. Às vezes a demora em decidir é só a cabeça lutando contra aquilo que o coração já escolheu.
Pensei em fazer a oficina com o Palhaço Birimbinha, mas depois pensei em fazer a Escrever no Labirinto com o Vinicius Souza. Fiquei com medo da oficina de palhaço, porque não tenho experiência, mas dai a oficina é um espaço de experiência.

A oficina do Vinicius eu já tinha feito em Maceió, mas agora era uma oportunidade de reviver muitas coisas e estar perto do Vinicius.
Foi bom estar na oficina Escrever no Labirinto. Foi bom também conhecer gente nova e com experiências diferentes para compartilhar.
Fiquei com dúvidas na hora do almoço. Não sabia o que escolher para comer.
O ruim da dúvida é que ou é isso ou aquilo e nunca as duas coisas na maioria das vezes.
Pela tarde tivemos o bate papo sobre o processo de Toni Edson. Foi boa a conversa. Fluiu de maneira tranquila e interessante.




Em seguida assistimos ao "Cirquinho do Palhaço Mixuruca". Bonita a energia dele, a forma como conquista e joga com as crianças. Junior Silveira vem de família tradicional de circo. O bate papo durou quase duas horas. Foi bom ouvir. Ouvir ajuda a aprender sobre a artesania do outro. Teve momentos de resistência por parte de Junior. Penso que esse bate papo aponta caminhos e ele segue se quiser. Se achar conveniente.







Jantamos. A dúvida no que comer sempre me aparece.
Preferi comer raízes hoje à noite.
Assistimos ao solo de dança do Jessé o " Encenações Urbanas". Bonito de ver a entrega e dedicação de Jessé. O trabalho é autoral e mexe com a gente. O bate papo foi enriquecedor.
Voltamos para o hotel. 
A maioria foi jantar e comemorar a noite.
Fiquei na dúvida se voltava para o hotel ou se ia junto comemorar. 
Voltei para o hotel.
Hoje eu tive mais dúvidas.
Dúvidas em tudo e por tudo.
Certezas nenhuma por hoje.
Fui feliz na dúvida.




Bruno

08 agosto 2016

I Aldeia Arapiraca - Dia 1

Começou a I Aldeia Arapiraca - Mostra de Arte e Cultura do SESC.

Aqui estou.






Estar aqui é lembrar de uma Arapiraca da infância quando vinha com minha vizinha passar o final de semana com sua mãe.
É lembrar das viagens para cá com meu pai e o meu encantamento pela janela do ônibus e tudo que passava naquela velocidade da estrada.
Eu gosto de Arapiraca. 
Aqui eu sinto coisa boa.





Chegamos no fim da tarde da segunda-feira, 08-08, por volta das 17h. 
Fomos direcionados à Escola Municipal de Circo Palhaço Biribinha.
Assistimos a um espetáculo composto pelos alunos e alunas da escola. Coisa linda de se ver.



Conversava com Jessé a maravilha que deve ser crescer numa cidade quem tem uma escola de circo. Ficamos sonhando imaginando as maravilhas que acontecem debaixo daquela lona.
Terminado o espetáculo saímos em direção à sede do SESC acompanhados por uma banda de pífano. Que coisa boa sair pela rua e vendo as pessoas saírem de suas portas para ver o cortejo passar. Nessas horas me lembro de Viçosa e da banda do Mestre Bia pelas ruas da cidade. Lembro também da força de Chau do Pife.  
É bonita minha terra.


Terminamos o cortejo com uma ciranda. Todos juntos na mesma roda de mãos dadas.
O SESC realizou a abertura oficial da Mostra com as falas de sua coordenação e em seguida junto a um público misto e com a presença forte de estudantes da Educação de Jovens e Adultos assistimos ao espetáculo "Afrocontos, Afrocantos" de Toni Edson.
Toni conduz uma roda de contação de histórias passeando pelos países africanos e voltando para uma história emocionante das raízes africanas no Brasil.
Toni nos seduz e emociona.
Terminado o espetáculo foi feita a abertura da exposição de Marcelo Mascaro com seus desenhos nas paredes do SESC.
Jantamos todos juntos. Artistas e comunidade.
O fim da noite foi para conversar, tomar uma cachacinha com mel, cerveja e descansar para recomeçar a maratona de atividades que está apenas começando.
Estou muito feliz de estar aqui.
Eu agradeço o convite do SESC para acompanhar a semana.
Quero aprender muito com essa experiência.
Viva o teatro!


Deixo um registro da janela do transporte que nos trouxe.
Arapiraca é linda!




Sobre as coisas que eu não sei – Curso de Dramaturgia de Ator


   O SESC-AL ofereceu de 02 a 05 de agosto o curso de Dramaturgia de Ator/Atriz "Dançar Histórias - Entre Ações e Imagens do Corpo", com Thais D'Abronzo. O curso começou no SESC Poço e terminou na quadra da escola do SESC Jaraguá, o que em minha opinião foi um ganho enorme, espaço muito bacana.
  Quando vi o título fiquei bastante instigado em fazer parte do curso. Avisei a Rayane Wise pra gente se inscrever e tentar a seleção para o curso, pois seria importante para nossa “artesania”. Fomos selecionados. Algo me dizia que seria um daqueles momentos que vivo que mexem e modificam muita coisa dentro de mim. Foi.
   2016 tem sido um ano de muitos encontros em minha vida. O curso com Tiche Viana no começo do ano, a vivência na montagem da Cia do Chapéu ao longo desses meses e agora Thaís D’Abronzo.

kazuo ohno presente nos caminhos de thaís

   Foram cinco dias de bastante aprendizado e desorganização interna. Essa desorganização me fez constatar muitas coisas e outras eu ainda não entendo, mas sei que terei tempo para entender ou não.
   Thaís traz consigo a leveza e a força de quem vive a 25 anos pesquisando, descobrindo e reinventando suas possibilidades. Isso de cara me leva, me deixa próximo de seu fazer numa espécie de vontade contínua de querer chegar cada vez mais perto.
   Não foi fácil o curso (e quem disse que seria?). Tive vontade de chorar muitas das vezes e em outras eu até me perguntei “Mas é isso mesmo que eu quero?”. Mas calma! Não houve nenhuma tortura ao longo dos encontros, houve na realidade uma construção de artesania, palavra utilizada por Thaís para definir o trabalho de ator, um caminho de descoberta de si e do espaço e de tudo isso junto num único fluxo.

   Fluxo! 

  Fluxo... Palavra presente em todos esses dias e almejada e desejada e muitas das vezes por mim incompreendida.
O curso me aproximou de mim mesmo. Fez-me perceber meu corpo de uma maneira que eu já tinha esquecido e em muitos momentos de maneira que eu desconhecia.
   “Cada pessoa é um teatro” dizia Thaís alertando para esse processo de descoberta pessoal e entendimento da nossa presença no mundo.
   “Não se ilustre, seja verdadeiro com você” batia com força nessa tecla.
   Acabou o curso e fiquei num processo de silêncio e barulho interior. Estou até agora enquanto escrevo, aliás, demorei a escrever por que não conseguia organizar nesse texto o que estou sentindo e talvez eu realmente não esteja conseguindo.

   Estou desorganizado aqui dentro. 

   O primeiro e maior questionamento que me vem na cabeça é que eu preciso entender para onde vai esse conhecimento que vou encontrando pela caminhada. Não adianta fazer todo curso do mundo se isso não vai ser usado de alguma maneira, ou se não existe um direcionamento. Digo isso por que eu amo fazer oficinas, conhecer o processo dos outros, trocar, eu amo isso, mas tem uma hora que tem que dar uma pausa e se voltar pra uma coisa. Thais nos falava da necessidade do mergulho naquilo que nos interessa, Tiche falou, Toni Edson falou... Mas em que horas eu devo mergulhar? Será que já mergulhei? Eu não sei, eu não sei...
   Aliás, o melhor do curso para mim foi descobrir que estou em um lugar que eu realmente não sei das coisas. Quando Thaís direcionava para um exercício eu realmente não sabia fazer e alguns deles eu já tinha vivenciado nas oficinas da Tiche, do Toni, mas mesmo assim eu não sei, ainda não sei, eu não consigo, hoje eu ainda não consigo.
   Daí o pessoal falava da necessidade de um tempo maior para o curso, porém eu lembro que as coisas duram o tempo que tem que durar, o tempo necessário para provocar as mudanças ou não dentro da gente. Eu vejo que não adiantará para mim um mês de curso se eu não continuar a mergulhar nesse conteúdo que foi vivenciado. Foi muita coisa. Muita informação. Coisa pra desenvolver por uma vida toda. Que doido isso, né? Em cinco dias eu percebi que tenho um material para trabalhar a vida toda.

thaís nos apresentou ilka schönbein. é incrivel. 

   O fluxo do movimento, do corpo com o espaço, a concentração, a energia, os locais do corpo para direcionar a voz, a respiração... Peloamordedeus eu respirei pela primeira vez na vida sentindo o ar pelo corpo todo.
   Daí eu vejo o quanto tenho que aprender, o quanto falta a descobrir pra arriscar mais, pra ter um trabalho vivo e forte. É uma estrada longa, mas o caminho se faz caminhando, ou como dizia Gessyca Geysa nas aulas de Narrativas na Rua “Caminhe e o caminho se abrirá”.


   Por hora a gratidão é imensa a Thaís por ser tão generosa e respeitosa com sua arte. Foi maravilhoso vivenciar esses dias. Será inesquecível. Disso tenho certeza.

Bruno Alves