19 janeiro 2019

Revista #Textão - nº 7 (Ano 2)






Acesse a revista #Textão nº7  
clicando -> AQUI!

DIAGRAMAÇÃO:
Bruno Alves e Nivaldo Vasconcelos

REVISÃO: 
Felipe Benício

EDITORES: 
Bruno Alves, 
Rayane Góes e 
Nivaldo Vasconcelos

Realização:
Coletivo Volante de Teatro

Editorial

 2018 nos deixou muitas marcas. Algumas positivas e outras que ainda vão demorar a curar.

 Nesta edição e no ano II da revista, queremos celebrar aquilo que nos cura e fortalece. Celebrar essa arte que tanto nos alimenta.

 Passaram-se alguns meses desde a última edição dessa revista. Foi preciso tempo para se reorganizar, se fortalecer e recomeçar.

 Não têm sido tempos bons, para nós artistas, esses últimos anos. É crescente a onda que vem na nossa direção, acusando-nos mesmo à distância, sob a proteção de suas telas, pois, na sua grande maioria, ela é formada por pessoas que nunca estiveram perto de nós e, se estiveram, não foi de maneira verdadeira. Tudo bem que existem as pessoas ingênuas, que são enganadas pela onda que a tudo quer arrastar.

 A onda invadiu as nossas ruas, televisões, redes sociais, teatros, museus e até mesmo a nossa família. O primeiro dia do ano tinha cheiro de ressaca do mar.

 Começamos o ano com a concretização da ameaça de extinção do Ministério da Cultura e a continuidade de censuras que se espalham pelo país.

 Aqui em Alagoas tivemos a exoneração da antiga secretária de cultura que nunca nos representou.

 Mas em meio a ondas rosas e azuis, queremos pintar um arco-íris.

 É sobre resistir que queremos contar um pouco nessas páginas. Resistência das mais variadas maneiras.

 É também sobre esse eterno recomeço que a gente vive. A não linearidade da vida e esses fragmentos que vivemos não determinam a nossa existência e nos dão a esperança e a certeza de que nada é permanente.

 Respiremos e juntes resistiremos.

 Resistiremos como o antipalhaço de Jeff Vasques, fazendo da nossa arte um manifesto anárquico, louco, sábio, crítico, poético, trágico; reinventando o fluxo como fez a CIA do Chapéu; dançando como a CIA de Teatro e Dança Aiê Orum, que dança o pertencimento e, com sua dança, combate o racismo e toda forma de discriminação; lutando como uma palhaça, como fazem as organizadoras do Festival de Mulheres Engraçadas de Maceió – FEME;  buscando forças para amar e fazer da arte a nossa vida ou da própria vida a sua arte, como Dayane Telles, de Arapiraca; teremos cuidado e atenção para rever os passos, os lugares ou mesmo as escritas, como fez o nosso revisor, Felipe Benicio, com essa edição; criticaremos o que fazemos e o que fazem de nós como se propõe o Coletivo Filé de Críticas, coordenado por Lili Lucca e Jocianny Carvalho, com o qual colaboro, e que foi responsável, junto ao Coletivo Volante de Teatro, pela mobilização para esse apanhado crítico dos espetáculos que aconteceram no Festival de Artes Cênicas de Alagoas — FESTAL, em outubro, e na Aldeia SESC Arapiraca, em setembro.

 E, por falar em Festal, essa edição é também para celebrar a quarta edição desse festival colaborativo, organizado e gerido pela Rede de Artes Cênicas de Alagoas, composta por quatorze grupos e artistas alagoanos.

 Em 2018, o Festal aconteceu no período pós-primeiro turno das eleições. Choramos juntes muitas vezes pela falta de empatia que se alastrou sobre as pessoas no nosso país e nos nossos ciclos de amizade, mas também celebramos a força da nossa coletividade por estarmos juntes construindo o festival.

 A gente acredita na força de estar junte. A gente escolheu estar junte.

 Dançamos, cantamos, fizemos cirandas no meio da poeira para não esquecer quem somos e, principalmente, para entender que de mãos dadas nada irá nos deter, nenhuma onda.

 Agora a ciranda se completa com cada pessoa que se dispôs a escrever para essa edição e com você, que agora nos dá a sua mão e dedica um pouco do seu tempo para ler esses afetos compartilhados. É bom ter vocês por perto! Não soltemos nossas mãos. Nossa ciranda é forte e nós não estamos sozinhes.

 Juntes nós somos um oceano imenso de força e transformação.

Bruno Alves

3 comentários:

  1. "It's Time to Break the Noses of All Beautiful Things" (Suspiria)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É isso mesmo, André!
      Assistimos "Suspiria". Essa frase é impactante.
      O filme tá aqui na nossa lista de indicações.
      Aliás, estamos com saudades de você.
      Beijos

      Excluir
  2. Muitas saudades também, Bruno. E que edição, esta do TEXTÃO #7. Tanta coisa fantástica... mas sempre me volta a mente Magrólhos e Entre Rio e Mar Há Lagoanas. Parabéns a todos pelo trabalho!! A gente se vê ;-)

    ResponderExcluir