19 abril 2018

(Em processo de) "Follia" - Diário 02



Fevereiro de 2018
"Follia" Carnavalesca

Fotomontagem de Nivaldo Vasconcelos.
Na foto Rayane Góes e "O Jardim das Delícias Terrenas" de Bosch.


Fevereiro foi um mês de muitas mudanças.

Rayane tornou-se nossa vizinha e assim passamos a partilhar mais coisas juntos. Temos alguém para pedir uma xícara de açúcar emprestada.

Nesse mês Rayane voltou-se para as leituras dos livros de Maura Lopes Cançado e de Stela do Patrocínio. Seus diários eram mergulhados de poesia.


Stela do Patrocínio 

Maura Lopes Cançado



Nivaldo fez um mapeamento de livros e filmes para que pudêssemos assistir. Começou a catalogar e adquirir esses livros. Muitos livros. Muita informação.

Eu continuei a ler Antonin Artaud e comecei a pular de livro em livro. Lendo um capítulo de um, um capítulo de outro. Nesse período li um dos capítulos da "História da Loucura" de Michel Foucault. Nivaldo seguiu aprofundando as leituras.

O teatro e seu duplo de Antonin Artaud


Minhas leituras foram muito pontuais. Lia uma coisa, anotava a referência no diário de bordo para mais adiante retornar e me aprofundar nessas questões.

Nivaldo leu durante fevereiro "O Psicodrama e Loucura", "Menores no Brasil: A loucura nua", "Fora da Casinha", "Civilização e Loucura" e o pequeno e precioso "O que é loucura?". 

 Detalhes sobre os livros no final da postagem.

É tempo também em que nos voltamos a escrever nossos diários. Cada um a sua maneira. Rayane vai da escrita de poemas a impressões e apontamentos. 

Nivaldo possui um diário de impressões e bastante imagético com folhas, flores e cores marcantes. 

Meu diário enfrentou dificuldade no primeiro mês. Escrevi muito no início e depois fiquei um tempo em silêncio. Retornei a escrever para anotar referências de coisas que ia lendo para não perdê-las.

É durante o carnaval que passamos por momentos de treinamentos e gravação dos vídeos que disponibilizamos no Youtube. 

Fevereiro é uma "follia" carnavalesca que vivenciamos desde a pesquisa e leitura de bibliografias e de processos de viagens introspectivas com as escritas dos diários e as gravações dos vídeos com questões intimas urgentes.

Paralelamente o Blog Matéria Vertente de Adélia Nicolete publicava uma postagem sobre a obras do artista Adolf Wölfli que viveu no  Manicômio de Waldau por 35 anos até sua morte. Outra referência que surge em nosso caminho.

Nossa "Follia" segue caminhando...

Até mais!

Bruno Alves


Referências Fevereiro de 2018:
Blog Matéria Vertente sobre Adolf Wölfli:







"O que é loucura" de João Frayze-Pereira faz parte da coleção primeiros passos. Um livro pequeno, li em 2015 , e me surpreendi ao ver nele uma janela que indicava muitos caminhos e outros livros a serem lidos. O próprio nome da coleção já diz tudo, são pontos de partidas, primeiros passos. Nos indicam caminhos e outras leituras preciosas.



"O psicodrama da loucura" de José S. Fonseca Filho faz uma correlação do psicodrama nas visões de Buber e Moreno. Um livro surpreendente. Li capítulos soltos ainda, mas me surpreendeu principalmente as definições para encontro de Moreno.



"Menores no Brasil: A Locura Nua" é um livro de Cecília Prado com fotografias de Juca Martins. As fotografias são impactantes e foram vencedoras do Prêmio Esso de Fotografia de 1980. O livro é uma reportagem premiada da Cecília que fala sobre a Clinica de Repouso Congonhas - SP e os maus tratos que eles sofriam com as condições insalubres que eles viviam. O livro é também um retrato da reforma antipsiquiátrica nos anos 80.




"Civilização e Loucura: Uma introdução a História da Etnopsiquiatria" de Paulo Dalgalarrondo. O livro é um estudo de como nasceu as noções de psiquiatria em culturas não ocidentais fazendo um recorte do século XVIII ao século XX. 


"Fora da Casinha" de Paulo Rogério Bittencourt é uma tentativa de falar sobre a loucura através dos séculos analisando aspectos que o autor considera não contemplados na "História da Loucura" de Foucault.


"A História da Loucura" de Michel Foucault um livro ainda em processo de leitura que nos surpreende pelo apanhado histórico que faz da loucura na humanidade. É, segundo Nivaldo que continua a leitura, um estudo profundo sobre o enclausuramento do corpo louco propondo a gênese do problema e amplia criticamente a percepção diante desse assunto. Será certamente um livro que retornaremos muitas vezes.

Follia Treino de Bruno - AQUI
Follia Treino de Rayane - AQUI
Follia Treino de Nivaldo - AQUI

4 comentários:

  1. Bruno, quando você sentou e disse pra mim na reitoria hoje quando tava saindo do banho me veio. A dramaturgia do Impulso ou do desejo, e pensei em te falar, pq pra eles a realidade muda em um instante de pensamento, se não a realidade a fala, creio que o mote de criação de cena tenha que ser pra vocês o impulso, permitir no impulso. Lógico que é necessário ter nexos na criação pensando no público, mas pra isso da pra criar uma narrativa de caminhos/cena que vocês passem. Nessa narrativa, seria colocado todos os impulsos que vocês vêm pesquisando e que afeta e atravessa vocês, as histórias deles todos representadas e contadas por vocês. Vi muito disso conversando com o Nivaldo. A dramaturgia tem que ser construída mas tem que ser livre para os impulso em vocês sejam ditos e vividos. Beijos.

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    1. Lili conversando com Nivaldo ontem ele me falava que conversou c vc. Dai refletiamos sobre isso. Ele falava dessa necessidade. Estamos refletindo muito. A experiência no hospital tem sido muito forte. Refletiamos sobre isso. Como construir a partir disso que é muito forte... Vou pesquisar sobre dramaturgia do impulso urgente. Rsrs. Te agradeço por indicar esses caminhos.

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  2. Ei você não disse hoje, disse aquele dia. Hoje me veio esse pensamento. uahsuahsuhausa

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  3. Eita quando você disse, muda tudo muito rápido, cada dia e uma coisa diferente. por isso a ideia acima,eu vou escrevendo sem reler,da proxima vez releio juro .... tchau

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