19 julho 2017

Prêmio Eris Maximiano: 3º Passo - Grota das Piabas (Jacintinho)

Conheci o Movimento de Humanização das Grotas através de Debra Isadora.


Grafite dentro da sede

Não sabia da existência, mas o movimento existe desde 2002. Entramos em contato com o presidente de lá e marcamos de nos encontrar na tarde dessa quarta-feira.


Robson, o Robinho, como é conhecido, nos recebeu com muita generosidade.


Falamos do projeto para ele que nos pediu mais informações.



Ficamos na sede conversando. Aos poucos uma senhora chegava para pegar um material para fazer uma reforma em sua casa.



"Meu marido será o pedreiro e eu a ajudante".


Os dois iriam fazer a reforma da casa.


"É comum por aqui. Tem gente que levantou a própria casa" - me dizia Robinho em suas palavras.


Levantar a própria casa é tarefa diária. Deixar a casa de pé. Fortalecer as bases que a mantém erguida.


Logo a comunidade receberá um projeto com estudantes de arquitetura da UFAL para fazerem cursos de pedreiros e verem formas de reformar e melhorar suas moradas.


"Melhorar a morada". Pronto! Já entrei em mais um processo de reflexão. Agora estou pensando mais uma vez em morada. Na minha morada. Na minha busca de melhorá-la também. Morada de dentro pra fora.


Arquivo do Movimento

Em Maceió existem 76 grotas.
Fiquei pasmo quando ele me falou o número. Só conheço ao longo desses anos a Grota da Moenda, onde moram  primas minhas e que vez ou outra apareço para visitá-las.


O Movimento de Humanização das Grotas, e olha que nome bonito, busca justamente isso: Tornar mais digna a vida dentro da comunidade.
Robinho e Rayane

Robinho e eu.


Nesse momento eu estou com Rayane em uma das 76 grotas. É a Grota Piabas. Robinho nos falou que esse nome vinha de um açude que tinha perto da região. As pessoas chamavam de o açude das piabas. O suficiente para dar nome a todo o local também.



O movimento nesse momento alcançou mais uma conquista. Terão dentro de seis meses um terreno que será uma área de lazer para a comunidade.

Por coincidência na porta da sede encontramos uma conhecida nossa, a Rose. Rose é filha do morador mais antigo da grota e nós descobrimos isso hoje. Ela estava passeando pela rua com sua filha, que deve ter um ano, e nos falava dá dificuldade de ficar dentro de casa com uma criança sem ter uma praça ou área de lazer. Robinho contou para ela a novidade. A conversa dos dois se deu de uma maneira muito honesta. Ela falava da vontade de poder contribuir com o movimento, pois precisou de um tempo para se dedicar a maternidade.




Do outro lado da rua outra mãe aparece com uma criança dando uma volta pela rua.


A Escola Miran Marroquim fica ao lado da sede. Um muro lindo todo grafitado dá cor e beleza a rua. Foi a nossa primeira e mais forte visão assim que chegamos.




Chovia muito.
Dava uma trégua.
Voltava a chover.


Robinho ficou de marcar conosco mais um encontro para que a gente pudesse descer a grota e poder conversar com as pessoas e escolher o local de apresentação.


Ficamos ansiosos pelo reencontro.


Seguimos nosso caminho de volta e
encontramos nosso amigo Paulo. Queríamos um lugar para sentar. Andamos muito para encontrar uma pracinha. Entendi a dificuldade que Rose me falava. As ruas estreitas e a alta movimentação de carros no bairro eram intensas. A gente queria um lugar para sentar tranquilo e foi difícil de achar. Não fosse Paulo que mora por lá eu acho que teria desistido da busca.

 Por lá rapazes jogavam bola.


Uma senhora puxando seu carrinho vendia sopa, café, torta de chocolate, dentre outras coisas.

Pegamos nosso café com torta de chocolate e sentamos na praça.

Fim de tarde

Quando estávamos sentados eis que ouço um grito:
"Bruno!"


Quando olho estou sentando em frente a casa de Luciana uma vizinha de Viçosa que não via há seis anos. Fiquei surpreso com o reencontro e vendo como "as pedras rolam, mas um dia se encontram".


Por aqui nossos agradecimentos ao Movimento de Humanização das Grotas pela recepção e acolhimento do projeto. Retornaremos em breve para uma nova visita e escolha do espaço cênico.

Bruno Alves

Esse projeto foi contemplado com o Prêmio Eris Maximiano de 2015.




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